Imagine, hipoteticamente, que Marta Suplicy fosse candidata à prefeitura de São Paulo. Até mesmo seus detratores, dentro e fora do PT, reconhecem que ela teria cerca de 30% das intenções de voto e estaria rivalizando com José Serra, numa disputa polarizada entre tucanos e petistas. Partidos da base aliada, como PC do B, PDT e PSB, provavelmente, já teriam fechado alianças em torno da senadora. E a eleição seria marcada pela comparação da gestão de Marta Suplicy (2000 a 2004) com a de José Serra e Gilberto Kassab (2005-2012).
Quem venceria? Difícil prever, mas há sinais de que a rejeição a José Serra, entre o eleitorado paulistano, hoje é maior do que a de Marta Suplicy. Portanto, o PT, que tem uma mulher na presidência da República, teria grandes chances de reconquistar a maior cidade do Brasil, também com uma mulher.
Lula, no entanto, decidiu que o PT deveria seguir suas ordens. Resultado: Fernando Haddad, imposto pelo ex-presidente, tem hoje 3% das intenções de voto. E, neste sábado, passou pelo constrangimento de ficar esperando por Marta no evento de lançamento de sua candidatura. Até um trecho do seu discurso – onde ele falaria da importância de ser apoiado por Marta – teve de ser suprimido. “O que significa ser apoiado por Marta Suplicy? Significa ser apoiado por uma prefeita que em pouco tempo tirou São Paulo do caso, reergueu nossa cidade e inaugurou uma nova fase de governar”, diria Haddad.
Incautos poderiam perguntar: se Marta foi tão boa prefeita, por que não pôde ser indicada e foi afastada do processo, de forma humilhante, pelo ex-presidente Lula? Talvez porque Lula tenha colocado na cabeça de que tem poderes mágicos e decidiu impor o nome de Haddad, evitando até a possibilidade de prévias – como as que, bem ou mal, ocorreram no PSDB.
Para turbinar Haddad, criou-se uma confusão até no Recife. O PT decidiu tirar do atual prefeito, João da Costa, o direito à reeleição, apenas porque isso ajudaria a atrair o PSB, do pernambucano Eduardo Campos, para a aliança de Haddad. Com tamanha trapalhada, o perigo é perder eleições com onde havia boas chances de vitória nas duas capitais.
Bom, neste sábado, Marta era aguardada no evento de Haddad e não compareceu. Sumiu, escafedeu-se. Desligou o celular.
E, agora, tem sido chamada de traidora pelos petistas? (leia aqui reportagem do iG a respeito da suposta traição).
Por quê? Quem traiu quem?
Por acaso o PT tem dono? É o partido de um coronel?
Já há petistas torcendo até para que ação do PSDB contra a participação de Lula e Haddad no programa do Ratinho frutifique. De 247
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