Rafael Moro Martins Do UOL, em Curitiba
Pouco provável que haja no Paraná policiais mais sorridentes, esta semana, que os que trabalham no 12.º Batalhão da PM em Curitiba. Um grupo de 26 deles fez um bolão e acertou as cinco dezenas da Quina de São João, sorteadas no último sábado (23) e que dividiu um prêmio de quase R$ 89 milhões entre sete apostas – uma delas, a dos policiais. Cada um dos PMs embolsou, na segunda-feira, R$ 489 mil.
“Tá todo mundo sorrindo à toa, mesmo quem não ganhou”, disse o comandante do batalhão, coronel Guilherme Teider Rocha. Do grupo de 26 acertadores fazem parte soldados, cabos, sargentos e alguns oficiais de baixa patente. Apesar do bolso mais cheio e do sorriso no rosto, a rotina da unidade não mudou, afirmou o comandante.
“Ninguém faltou ao trabalho nem vai largar a farda. Até porque não é dinheiro suficiente para isso.” Em vez disso, a maioria deve usar o prêmio para dar um jeito na situação financeira. “Muitos têm dívidas ou empréstimos consignados. Agora, vão aproveitar para equilibrar as contas e ficar mais sossegados”, disse Costa.
Além da alegria, o prêmio trouxe também preocupação aos acertadores. Ainda na segunda-feira, antevendo o assédio da imprensa, os policiais se reuniram e decidiram que não dariam entrevistas nem mesmo se não fossem identificados.
“O pensamento de que pode haver represálias passa pela nossa cabeça. Orientamos a eles que tenham mais atenção, principalmente ao chegar e sair de casa. E que cuidem mais da família. Mas medo não temos. O policial, por natureza, já tem um comportamento preventivo. Já andamos com o olho nas costas”, afirmou o comandante.
"Pé-quente"
No 12.º Batalhão trabalham 600 policiais, responsáveis pelo patrulhamento do centro e de 28 bairros das regiões norte e oeste de Curitiba. A unidade está sob o comando do coronel Costa desde a última quinta-feira (21) – um dia antes de o grupo de 26 policiais se reunir para fazer o bolão vencedor.
“Eu não sabia de nada, até porque acabara de chegar. Na segunda-feira, quando vieram me contar, eu disse – de novo?” É que há algum tempo, Costa comandou o Hospital da PM, em Curitiba. À época, um grupo de funcionários da unidade se reuniu e faturou um prêmio da Mega-Sena.
“Passaram a dizer que o pé-quente sou eu”, disse o comandante. “Mas só pros outros, eu mesmo ainda não ganhei nada”.
Agora, os colegas dos vencedores aguardam uma festa para comemorar a bolada de São João. “Já cobramos deles um churrasco de comemoração. E que não venham com essa história de vaquinha pra comprar a carne”, afirmou o chefe de todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário