A J&F, holding que controla a empresa de alimentos JBS, a de higiene e limpeza Flora, a de papel e celulose Eldorado Brasil e o banco Original, confirmou a desistência da compra da Delta Construções.
Em entrevista à imprensa, o presidente da holding J&F, Joesley Batista, afirmou que a Delta "tem seus méritos, mas a conjuntura levou à desistência" do negócio.
O anúncio de que o grupo J&F assumiria a gestão da empresa foi feito no dia 9 do mês passado. A empresa de construção, do empresário Fernando Cavendish, está no centro do escândalo envolvendo o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Analisando outras empresas
O clima de desconfiança pesou sobre a negociação da holding J&F com a construtora Delta, que está envolvida no escândalo que cerca o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, alvo de uma CPI no Congresso.
"Crise de credibilidade afeta os negócios de qualquer empresa", afirmou o presidente da J&F, Joesley Batista, nesta sexta-feira, em entrevista com a imprensa para anunciar a desistência do negócio, menos de um mês após assumir a gestão da construtora. Batista deixou claro que a desistência ocorreu pela manutenção da desconfiança: "Não foi provocada pela quebra de sigilo fiscal da empresa, nem pelo estudo da KPMG, que ainda não ficou pronto", explicou.
Apesar do fim do acordo com a Delta, o grupo J&F continua analisando outras empresas na área de construção civil. "A Delta foi a terceira empreiteira que olhamos e continuamos olhando outras."
Na avaliação do executivo, a Delta "não tem problema em provar que é idônea", mas permanecerá sob suspeita e em investigação no longo prazo, o que atrapalha sua operação. "Imaginávamos que isso seria resolvido no curto prazo, porém o ambiente hoje é pior do que há 30 dias", disse Batista. "Queremos entrar em um negócio que tenha condições de funcionar."
Ainda nas palavras do presidente da J&F, a questão da CPI, "que é legítima, atrapalha a vida da empresa". E completou: "Não achamos que somos a melhor 'pessoa' para administrar uma empresa que vai ter que lutar pela sua sobrevivência".
O executivo revelou que 11 empresas estão sendo avaliadas, sendo uma de infraestrutura e duas na área de construção. Sem revelar outros detalhes, acrescentou que a prospecção engloba ainda companhias de alimentos, higiene e limpeza e consumo. Batista citou que o grupo participou de mais de 40 fusões e aquisições.
"Mas a Delta foi a primeira a participar de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)", declarou sobre a construtora, que está envolvida no escândalo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A decisão, segundo Batista, foi da empresa.
"O governo não fez nenhum pedido em nenhum momento para (a J&F) sair do negócio." O presidente da holding disse que a Delta terá de fazer um controle rígido de caixa. A construtora já perdeu 30% do faturamento mensal, de cerca de R$ 200 milhões, para R$ 140 milhões. "(A Delta) não vai poder mais manter obras em funcionamento se atrasarem pagamento. Antes, até podiam".
ComandoO executivo que havia sido nomeado para presidir a construtora Delta na época do anúncio de compra pela J&F, há menos de um mês, permanecerá na holding mesmo após a desistência do negócio, garantiu o presidente da J&F, Joesley Batista.
Humberto Junqueira de Farias havia sido nomeado presidente da Delta Construções em 11 de maio. Ele havia passado pela Renuka, companhia indiana do setor sucroalcooleiro, e pelo Grupo Camargo Corrêa.
A J&F é a holding que controla a empresa de alimentos JBS, a de higiene e limpeza Flora, a de papel e celulose Eldorado Brasil e o banco Original. De Agencia Estado
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