O ator e diretor de teatro Marcos Antônio Pereira Nô, mais conhecido como Marquinhos Nô, passou a integrar a equipe da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), como coordenador de projetos e ações culturais. Empossado no dia 29, o novo diretor possui mais de 30 anos de experiência no mundo das artes e afirma ter aceitado com entusiasmo o convite da presidente da Fundação, Sandra Ramalho. Pretendo realizar meu trabalho com muita dignidade, diz Marcos que atua, escreve e dirige peças teatrais.
Nô e suas andanças pelo mundo das artes
Sua paixão pelo teatro começou quando foi morar em Brasília. Paralelo ao trabalho que exercia como funcionário público do Ministério da Educação, ele foi aos poucos desenvolvendo o dom artístico e não parou mais. Em seu vasto currículo destacam-se alguns trabalhos como a turnê de dois anos por várias cidades do interior do país com a companhia de teatro mambembe ‘Rodoteatro’ de Brasília. ”Foi uma experiência ímpar. Éramos recebidos como deuses”, lembra. Anos depois mudou para Vitória – ES, onde escreveu o texto da peça ‘Vitor ou Vitória’, espetáculo que recebeu várias premiações e há trinta anos está em cartaz na cidade. De volta a Itabuna em 1994, montou o espetáculo ‘Entre teias e aranhas’, que gerou polêmica na cidade e dividiu opiniões. ”Minha intenção sempre foi discutir teatro, suas metas e qualidades”, conta.
Em atuação na novela da Rede Globo, ‘Renascer’ o ator contracenou com Antônio Fagundes e Jackson Costa. Já na peça ‘Dona Flor e seus dois maridos’ atuou ao lado da atriz Tereza Seiblitz. Fez comerciais de TV, filmes e documentários como ‘Fuga de Canaã’ e o ‘O Nó de Dilson’. Dirigiu 40 espetáculos teatrais em Brasília, Espírito Santo e Bahia e escreveu 26 textos de teatro. Participou de 31 cursos profissionalizantes de artes cênicas e 35 festivais de teatro pelo país, tendo sido premiado em muitos deles.
Na visão dele, para ser artista é preciso dominar várias linguagens e saber fazer de tudo, tanto é que monta cenários, figurinos, trabalha com fantoches, entre outras coisas. “No fazer, observar a gente aprende muito. A arte é mutante, evolui rapidamente. Se você não acompanhar fica no século passado”, comenta.
Ao longo da carreira Marquinhos vem dando sua contribuição também para a área de educação com diversos projetos ligados à arte, a exemplo do ‘Projeto Saber e Fazer’ de sua autoria que teve como objetivo é inserir pessoas no âmbito cultural; Programa Arte e Educação/Bahia realizados nos colégios CAIC e Everaldo Cardoso em Itabuna e o projeto ‘Valorizando a Vida e Minimizando a Dor’ como arte educador com fantoches. Além disso, foi coordenador por três vezes do Festival Multiarte Firmino Rocha.
Há oito anos ministrando aulas de teatro na Ficc Marcos aplica todo o seu aprendizado na formação de novos talentos. ”Setenta por cento dos artistas de teatro da cidade começaram comigo. Tenho um compromisso social e cultural em Itabuna”, destaca o ator que vê na arte o poder para transformar uma sociedade. Agora como coordenador de projetos sua pretensão é difundir mais ainda a cultura através das ações da Ficc criando e dando sugestões. E como mensagem para os itabunenses, em especial para quem deseja viver da arte, Nô cita uma frase que sempre repete no palco com seus alunos: “Quem não tem competência não se estabelece. E o ser humano tem poder de ser competente basta mentalizar e querer”.
Para Sandra Ramalho, a contribuição do ator para a Fundação vai ser de grande relevância para a classe artística da cidade. ”Espero que ele venha colaborar, e agregar o elemento artístico que existe nele que é o talento para os nossos projetos”, finaliza.Texto e fotos: Karina Lins
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