A General Motors (GM) anunciou ontem a abertura de um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV) na fábrica de São José dos Campos, interior de São Paulo, o segundo em menos de um mês. O anterior, encerrado há uma semana, teve 186 adesões, número considerado insuficiente pela montadora.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local, Antonio Ferreira de Barros, diz que “não há motivos para a GM continuar demitindo”. Para ele, não existe mão de obra excedente na fábrica e as vendas do setor automotivo deram um salto de 20% após a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedida pelo governo federal.
“As vendas de carros passaram de 13 mil para 16 mil unidades por dia”, afirma o sindicalista. Ele ressalta que a GM vive um de seus melhores momentos no País. “No mês passado, ela vendeu mais que a Volkswagen, e só perdeu para a Fiat.”
Para garantir a redução do IPI, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) fez um acordo com o governo no início de maio. Em troca do benefício fiscal, as montadoras se comprometeram a manter ou aumentar o número de empregos, além de reduzir o preço dos automóveis.
“A GM está usando o dinheiro conseguido com a redução de impostos para financiar as rescisões”, afirmou Barros. “Além disso, os cortes vão sobrecarregar ainda mais os trabalhadores que continuarem na fábrica.”
A montadora não comentou as declarações do sindicalista nem informou quantas adesões pretende atingir com o PDV. Em nota, disse que decidiu prorrogar até 2 de julho o PDV para todos os trabalhadores da produção na unidade.
“As razões dessa decisão são baseadas na intensa competitividade do mercado brasileiro de veículos, além dos crescentes custos de mão de obra, matérias-primas e insumos em geral”, informou a nota. “A empresa considera necessária a prorrogação do prazo inicial, com o objetivo de se atingir o ajuste estrutural adequado para o seu programa atual de produção.”
A montadora informou que também abriu um PDV na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, atendendo a solicitação do Sindicato dos Metalúrgicos local. “Negociei a abertura do programa porque fui cobrado por muitos trabalhadores aposentados que querem ir embora”, disse Aparecido Inácio da Silva, presidente do sindicato.
Segundo ele, a montadora se comprometeu a fazer contratações para substituir os trabalhadores que aderirem ao PDV. “A extinção de postos de trabalho é em São José dos Campos, aqui não”, afirmou.
De acordo com os sindicatos, a GM emprega hoje cerca de 18,5 mil trabalhado nas duas fábricas – 11 mil em São Caetano e 7,5 mil em São José. Desde abril do ano passado, a montadora fez 2 mil demissões nessas unidades, afirmam os sindicalistas.
Segundo o sindicalista, no PDV encerrado no dia 15, 93% dos funcionários que deixaram a empresa recebiam salários superiores à média na fábrica, e a maioria era de aposentados.
Outra medida tomada pela montadora foi o fechamento do segundo turno do setor que produz os modelos Corsa, Zafira e Meriva na fábrica de São José dos Campos (SP). A ação atingiu mais de 550 trabalhadores, que foram remanejados para outras áreas, como o recém-implantado terceiro turno da picape S10. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/
Outra medida tomada pela montadora foi o fechamento do segundo turno do setor que produz os modelos Corsa, Zafira e Meriva na fábrica de São José dos Campos (SP). A ação atingiu mais de 550 trabalhadores, que foram remanejados para outras áreas, como o recém-implantado terceiro turno da picape S10. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/
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