Agência Brasil -A delegação da União Europeia na Rio+20 divulgou nota informando que o texto que está sendo negociado na conferência “não parece encontrar a ambição necessária para o desenvolvimento sustentável e uma economia verde inclusiva”. A nota também diz que a delegação deseja objetivos e metas com prazos e mecanismos de monitoramento concretos no texto.
Segundo a nota, a União Europeia está trabalhando “duro” para que a Rio+20 realmente resolva os desafios que se apresentam para a humanidade e para que haja acordos concretos nesse sentido.
De acordo com a nota, “o aumento da população combinado com o crescimento do consumo e da produção colocam pressão em ecossistemas já em degradação e diminuem recursos cruciais”. Segundo a União Europeia, a “economia verde é a chance de transformar esses desafios em oportunidades para criar empregos, tirar pessoas da pobreza, alimentar as crianças, ao mesmo tempo em que se reduz a pressão sobre o meio ambiente”. A União Europeia também acredita que “apesar de ser necessário um trabalho árduo”, ainda há tempo de fazer as mudanças para um resultado “positivo”.
Documento deve ser finalizado hoje, excluindo polêmicas
O embaixador Luiz Alberto Figueiredo fala sobre a estratégia brasileira para acabar com controvérsias sobre o texto final da Rio+20
Os negociadores brasileiros e estrangeiros na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, querem fechar até o fim da noite de hoje (18) o texto final. Três sessões de trabalho, começando às 10h e seguindo até as 22h, estão programadas. A tendência, segundo eles, é excluir as propostas conflitantes, como está no rascunho fechado sábado (16), e manter recomendações gerais.
Chefiados pela delegação do Brasil, os representantes de 193 países se dedicam a elaborar um texto conciso, preciso, claro e abrangente, de acordo com os negociadores. Até o começo da conferência, o documento tinha 200 páginas, depois passou para 80 e há três dias foi resumido a 50.
O secretário executivo da Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo Machado, negou ontem a hipótese de que um documento sem conclusões seja entregue aos 115 chefes de Estado e de Governo, no próximo dia 20. De acordo com ele, há apelos de várias delegações para que um texto negociado chegue às mãos dos líderes para que discutam os assuntos de forma ampla.
No entanto, até ontem (17) à noite as divergências permaneciam, principalmente sobre as questões envolvendo definições de recursos, metas específicas, o conceito de economia verde e a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em organismo autônomo.
Os países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e o Japão, alegam dificuldades internas causadas por numerosos fatores, inclusive a crise econômica internacional, para assumir responsabilidades pontuais com o repasse de recursos. Desde sábado, foi retirada a discussão sobre a criação de um fundo, de US$ 30 bilhões, para garantir a execução de propostas relativas ao desenvolvimento sustentável.
Também há divergências sobre as propostas referentes à proteção dos oceanos, pois os norte-americanos resistem à regulação de águas internacionais, alegando questões de segurança interna. Mas o embaixador brasileiro disse que é possível ainda buscar um consenso e incluir o tema no texto a ser finalizado hoje.
No rascunho de 50 páginas obtido pela Agência Brasil, foram excluídos os assuntos polêmicos e mantidas as recomendações gerais sobre o desenvolvimento sustentável com inclusão social e erradição da pobreza e da fome. Para a delegação brasileira, o texto apresenta avanços. "O texto não só impede retrocessos como traz avanços em várias áreas, como criar objetivos de desenvolvimento sustentável", disse o embaixador. "Isso não é pouca coisa."
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