Três áreas do Rio de Janeiro já registram surto de dengue, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde: Grande Madureira (AP 3.3), Grande Bangu (AP 5.1) e Campo Grande (AP 5.2) têm o maior número de registros este ano. Esta semana mais três pessoas morreram de dengue na cidade, todas moradoras de bairros dessas áreas onde o surto foi confirmado. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, o ritmo crescente de registros de casos da doença deve levar ao anúncio de uma epidemia na cidade nas próximas semanas.
O número de casos este ano na cidade já chega a 40.252, com nove óbitos. A classificação de surto é dada para locais que possuem mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. A área de Grande Madureira registrou a média de 516,9 casos para cada 100 mil habitantes em um mês, Grande Bangu (bairros de Bangu e Realengo), 334,3 e Campo Grande 657,5. Na semana passada, foram registrados 757 novas infecções da doença na cidade, principalmente do tipo 4 (82% dos casos). Desses, 65% foram registrados na Grande Bangu, e de todos os casos registrados no ano, 63,5% estão localizados nessas três regiões.
Segundo o secretário Hans Dohmann, não há um motivo específico para essas três áreas terem atingido o critério de surto da doença.
"A dengue é multifatorial. O número de casos está ligado a vários fatores, como o atendimento e a prevenção por parte da população. Nessas mesmas áreas em que há o surto, a prefeitura já aumentou em 30% o número de funcionários nos polos de assistência e vigilância da dengue".
O secretário acrescentou, ainda, que a prefeitura do Rio já trabalhava com a possibilidade de uma epidemia na cidade este ano, que, devido ao ritmo crescente de casos, deve ser anunciada nas próximas semanas.
Apesar da proximidade de uma epidemia na cidade, o número de mortes é três vezes menor este ano em relação ao mesmo período do ano passado, quando 27 pessoas morreram. Em 2008, foram registrados 129 óbitos.
Os bairros que integram as áras de planejamento (AP) que estão com surto são: AP 3.3 - Madureira, Irajá, Rocha Miranda, Guadalupe, Acari, Marechal Hermes, Vila Kosmos, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vista Alegre, Colégio, Campinho, Quintino Bocaiuva, Cavalcanti, Engenheiro Leal, Cascadura, Vaz Lobo, Turiaçu, Honório Gurgel, Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, Anchieta, Parque Anchieta, Ricardo de Albuquerque, Pavuna, Coelho Neto, Barros Filho, Costa Barros, Pavuna e Parque Columbia; AP 5.1 - Bangu, Realengo, Padre Miguel, Senador Camará, Deodoro, Vila Militar, Campo dos Afonsos, Jardim Sulacap, Pedra de Guaratiba; AP 5.2 - Campo Grande, Santíssimo, Senador Vasconcelos, Inhoaíba, Cosmos, Guaratiba, Barra de Guaratiba e Pedra de Guaratiba.
Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro alerta para uso de medicamentos anticoagulantes
Especialistas da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro chamam a atenção para o risco aumentado para pessoas portadoras de doenças cardiovasculares. Segundo eles, esses pacientes podem ter o quadro agravado em caso de dengue. A maior preocupação é com pessoas que já fazem uso de anticoagulantes e antiagregantes, medicamentos que evitam a formação de coágulos nas artérias. Como o vírus da dengue ataca as plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea, o uso desses remédios também reduz a quantidade dessas células, existe um risco maior de ocorrerem hemorragias.
Entre os antiagregantes mais comuns estão analgésicos e antiinflamatórios como a aspirina e o AAS, algumas das substâncias mais vendidas nas farmácias do país e comercializadas sem necessidade de receita médica. “Por isso, ao surgirem os primeiros sintomas, é importante que a pessoa suspenda o uso desses medicamentos imediatamente”, alerta o cardiologista Wolney Martins. Da Agência O Globo
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