Depois de abastecer a campanha do governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), como indicam os grampos da Polícia Federal, a Delta Construções teria atuado no governo do petista indicando ocupantes para cargos-chave, para manter sua influência na administração. Dona de 70% da coleta de lixo em Brasília, a empresa apresentou, via emissários, uma lista de nomes ao secretário de governo, Paulo Tadeu, e emplacou seus aliados no Serviço de Limpeza Urbana (SLU), órgão que tem a função de fiscalizá-la. Paralelamente, a empreiteira acionaria arapongas para levantar informações de "inimigos" na administração, com o objetivo de provocar sua demissão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo conversas interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, a organização do contraventor Carlinhos Cachoeira, ligada à empreiteira, tinha acesso privilegiado a documentos do governo, como as nomeações, antes que elas saíssem no Diário Oficial do DF. O interesse da empreiteira era alocar "amigos" nos cargos de comando do SLU, especialmente as Diretorias de Limpeza das regiões administrativas. São elas as responsáveis por pagar pelos serviços de varrição e recolhimento de entulho. Até o fim de 2011, as medições eram feitas por estimativa. Com aliados nessas funções, a Delta tinha como garantir que o cálculo lhe seria favorável. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o secretário Paulo Tadeu informou, por sua assessoria, que nunca teve reuniões para tratar de nomeações. Em nota, a Delta alegou desconhecer o teor dos relatórios da PF e assegurou jamais ter solicitado qualquer pesquisa sobre a vida de qualquer pessoa.
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