"Somos adesistas, sim, com muito orgulho. Mas é pelo bem do país." Esse foi o mote do discurso do vice- presidente Michel Temer na festança de 46 anos do partido na terça-feira em um hotel de Brasília. Temer compareceu como presidente da República em exercício. Para justificar a facilidade com que o PMDB pula de um governo para outro, Temer explicou que num primeiro momento eleitoral o partido busca o poder, mas passada a contagem nas urnas, se não deu, vem o momento político-administrativo, a hora de pensar no país e buscar as adesões:
"Nos chamam de adesistas. Eu quero dizer que, quando aderimos a esse ou aquele governo, o fazemos em benefício do país. Nenhum governo consegue avançar sem o PMDB do lado. Então o PMDB passa a fazer coalizões, se integra à política da modernidade. Alguns acham que porque perdeu a eleição tem que ficar na oposição. Não! Quando o PMDB vai para as eleições, vai para valer, para atingir o poder. Mas, se não atinge, faz coalizões."
O governador do Rio, Sérgio Cabral, falou em nome dos governadores e disse que é um grande privilégio para a presidente Dilma Rousseff ter Temer como vice:
"Se hoje a presidente Dilma se encontra nos Estados Unidos falando de igual para igual com Obama, muito se deve à participação do PMDB no governo."
Na festa onde peemedebistas históricos pareciam fora do ninho, Temer, ao relembrar a história do partido, esqueceu-se de citar Ulysses Guimarães. Dos chamados históricos que estavam pelo salão - Ronan Tito, Odacir Klein, Genebaldo Corrêa -, o único chamado para a mesa das autoridades, animada pela dupla carioca Sérgio Cabral e Eduardo Paes, foi o ex-presidente Paes de Andrade.
"Eu vou saudar-me a mim mesmo não como presidente da República ou presidente licenciado do PMDB. Vou me saudar como militante do PMDB!", discursou Temer, arrancando muitos aplausos.
Quando os comensais já estavam na fila para o jantar, o mestre de cerimônias anunciou que Temer voltaria a falar porque precisava consertar lapso imperdoável: não lembrara Ulysses. Temer e Cabral não se esqueceram de outro ausente muito presente na vida do PMDB hoje: o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que alegou estado febril para faltar à festa. Agência O Globo
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