Em sua edição deste domingo, o jornal argentino "Perfil" confirmou uma informação que vinha circulando há vários dias na Argentina: após uma sucessão de problemas, entre eles a tragédia ferroviária que provocou a morte de 51 pessoas na última semana de fevereiro, a imagem positiva da presidente Cristina Kirchner sofreu uma expressiva deterioração. Segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria Management & Fit, uma das mais confiáveis do país, entre dezembro e fevereiro a popularidade da presidente argentina recuou 17 pontos percentuais, caindo para 42,1%.
Em outubro passado, mês em que foi reeleita com 54% dos votos, Cristina chegou a ter 63,3% de imagem positiva. Desde então, esse indicador foi reduzido em 21 pontos percentuais. A lista de obstáculos que apareceram no caminho da presidente é ampla e variada. Com sérias limitações financeiras, o governo foi obrigado a reduzir os subsídios em tarifas de luz, água e gás, prejudicando milhões de argentinos que há oito anos, desde que os Kirchner chegaram ao poder, pagam valores muito mais baixos do que outros latino-americanos. O fim dos subsídios provocou aumentos tarifários entre 300% e 500%.
A Casa Rosada também enfrentou escândalos de corrupção, o mais grave envolvendo o vice-presidente do país, Amado Boudou, e denúncias de espionagem a dirigentes da oposição. O trágico acidente na estação de trem Once provocou comoção entre os argentinos e colocou em xeque a política ferroviária do governo Kirchner. Semana passada, após ser internado e operado de urgência do coração, o ex-secretário de Transportes, Juan Pablo Schiavi, renunciou ao cargo.
O conflito com os sindicatos de professores também contribuiu, segundo os realizadores da pesquisa, a deteriorar a imagem positiva da presidente. Semana passada, o governo Kirchner sofreu a primeira greve geral de professores convocada por demandas salariais. Além de pedirem um reajuste, os professores argentinos estão indignados por recentes declarações da presidente. Em seu discurso de inauguração das atividades legislativas, em 1 de março passado, Cristina criticou os professores por trabalharem 4 horas e terem três meses de férias por ano. O repúdio foi generalizado em meios de comunicação e redes sociais como Facebook e Twitter. Da Agência O Globo
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