O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem à reportagem que a redução no lucro da Petrobrás não aponta para o aumento no preço dos combustíveis, como já reivindicou, em várias ocasiões, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo na próxima segunda-feira.
“A presidente Dilma Rousseff prefere que não haja inflação a ter balanços fantásticos”, disse o ministro.
Lobão deu razão às queixas e reivindicações de Gabrielli, mas defendeu a posição do governo. “Ele fez corretamente, porque é presidente da Petrobrás, e não do Brasil”, argumentou Lobão, comparando a visão da presidente Dilma à do olheiro postado na gávea do navio.
“O presidente da República tem de defender o interesse nacional, e não o localizado, de uma empresa. Cada um, no seu papel”, disse.
As reclamações sobre a política de preços dos combustíveis no País não são recentes. Apesar de os preços de toda a cadeia do setor de petróleo terem sido liberados em 2002, o tratamento dado à questão sempre teve um caráter de “decisão de governo”.
No ano passado, Gabrielli sugeriu várias vezes que o preço da gasolina poderia ser ajustado, por causa do alto preço do petróleo no mercado internacional. Mas o governo, principal acionista da empresa, nunca deu o seu aval.
Desvalorização
No quarto trimestre do ano passado, a Petrobrás registrou um lucro líquido de R$ 5,05 bilhões, praticamente metade do resultado apurado nos últimos três meses de 2010. O dado acabou provocando uma forte queda no valor das ações da estatal ontem na Bolsa de Valores.
No quarto trimestre do ano passado, a Petrobrás registrou um lucro líquido de R$ 5,05 bilhões, praticamente metade do resultado apurado nos últimos três meses de 2010. O dado acabou provocando uma forte queda no valor das ações da estatal ontem na Bolsa de Valores.
Embora o mercado tenha sido pego de surpresa, o ministro de Minas e Energia afirma que o governo não se surpreendeu com o recuo de 52% no lucro da Petrobrás no último trimestre de 2011. E, segundo ele, o conhecimento dos números também não precipitou a saída de Gabrielli da presidência da estatal.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sempre tivemos Gabrielli como um bom gestor. Ele geriu bem a companhia esse tempo todo. Pegou a Petrobrás com patrimônio de R$ 20 bilhões, e deixou com algo em torno de R$ 160 bilhões”, disse o ministro. De http://blogs.estadao.com.br/
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