Do UOL, em São Paulo
Os jogadores Emerson Sheik, do Corinthians, e Diguinho, do Fluminense, foram denunciados na sexta-feira pelo Ministério Público Federal por contrabando e lavagem de dinheiro. Os dois adquiriram veículos importados de forma ilícita, não pagando os impostos devidos para a entrada de automóveis legalmente no país.
Os dois podem responder a processo. Caso isso aconteça, eles terão de pedir permissão à Justiça para deixar as cidades onde vivem, podendo ser condenados a até 14 anos de prisão.
A assessoria de Diguinho informa que a compra do veículo BMW X5 está legalmente documentada. O veículo havia sido retido, mas foi devolvido ao volante.
No caso de Diguinho, ele adquiriu um veículo considerado ilegal de Emerson Sheik. A transação envolveu R$ 315 mil.
Para efetuar a transação ilícita e driblar o fisco, foi montada uma operação que envolveu outras pessoas também investigadas. Os investigadores apontaram série de irregulares na entrada desses veículos no país. Os carros chegavam com falsas documentações declarando como 0km, quando na verdade eram semi-novos. Os valores recolhidos de impostos eram subfaturados.
Os veículos foram colocados em nomes de proprietários laranjas. Em alguns casos, o pagamento foi feito diretamente ao exterior, o que é ilegal. Redes fictícias de compradores foram criadas para camuflar compras individuais.
Os clientes conseguiam comprar os automóveis por até 30% mais barato, evitando também a fila de interessados na aquisição de veículos em concessionárias de importados. Além disso, esses veículos contrabandeados entravam no país com todos acessórios pedidos pelo cliente, atraindo compradores.
É proibida a importação de carros usados. A Operação Black Ops, criada para detalhar a entrada de veículos de luxo no país, verificou outra fraude. Os carros importados que chegavam ao país tinham seus documentos alterados, deixando a condição de "carros usados" para se tornarem “0KM” no país.
A hipótese de que os compradores não sabiam da série de irregularidades não é levada adiante pelo Ministério Público. Outro apontado pela Operação foi o cantor Latino, que adquiriu veículo importado de forma suspeita.
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