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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Pesquisadores da Bahia desenvolvem novos compostos para tratamento da ansiedade

Foto: Divulgação
A ansiedade, reação natural ao estresse, afeta cerca de 9,3% da população brasileira, colocando o país entre os líderes no ranking global da doença, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Visando uma melhoria no tratamento, pesquisadores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), liderados pelo professor Jorge Fernando Silva, desenvolveram compostos químicos inovadores que podem oferecer uma alternativa mais eficaz e com menos efeitos colaterais do que os medicamentos atuais. Via Bahia Noticias

A pesquisa, iniciada pelo Grupo de Materiais Fotônicos (GMF), foca na criação de compostos químicos derivados de európio e térbio. Utilizando técnicas de espectroscopia de infravermelho e fotoluminescência, os cientistas analisaram a estrutura e as propriedades dessas substâncias, além de realizar estudos farmacológicos em duas etapas. O primeiro envolveu simulações computacionais (in silico) para prever os efeitos dos compostos, enquanto o segundo foi um experimento prático utilizando o peixe-zebra (Danio rerio), modelo comumente utilizado em testes biomédicos.

Segundo o professor Jorge Fernando Silva, a grande vantagem dos novos materiais está em seu potencial de oferecer tratamentos mais seguros e com menor risco de efeitos colaterais, como a dependência química, que pode ser gerada por ansiolíticos convencionais. “Embora os ansiolíticos possuam efeitos medicinais úteis, podem causar reações indesejáveis como a dependência química. A pesquisa visa um novo caminho no tratamento de doenças relacionadas à ansiedade e, pela característica intrínseca dos materiais produzidos, diversas possibilidades no estudo e compreensão da atividade ansiolítica que possam minimizar tal efeito”, afirmou o pesquisador.

Apesar dos avanços, o estudo ainda está em fase de testes, com a necessidade de mais validações antes que os compostos possam ser aplicados clinicamente. O próximo passo, de acordo com o líder da pesquisa, envolve a otimização dos processos de síntese dos compostos e a busca por parcerias com a indústria farmacêutica. “Os próximos passos são a otimização dos processos de síntese, a busca por parcerias com a indústria farmacêutica para dar continuidade ao desenvolvimento desses novos fármacos e a atração de investidores, como investidores-anjo, que possam subsidiar a continuidade dessa pesquisa pioneira, envolvendo esses sistemas químicos”, concluiu.

A equipe de pesquisadores conta com a colaboração de Hélcio Silva, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Aluísio Marques, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Emmanuel Silva, Maria Kueirislene, Amâncio Ferreira e Jane Eire Silva, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e o mestrando Andrei Marcelino Sá, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).
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