Desde 2009, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza os Testes Públicos de Segurança (TPS), onde qualquer cidadão com mais de 18 anos pode se inscrever mediante a apresentação de um plano de ataque, contribuindo assim para melhorias no sistema das urnas eletrônicas, usadas nas votações brasileiras.
Mesmo sendo o único país a realizar esse tipo de teste, dezenas de dúvidas surgem a respeito da segurança e o armazenamento de informações das urnas eletrônicas brasileiras. O receio é que pessoas mal-intencionadas usem a tecnologia para ameaçar a democracia e influenciar o resultado das eleições, a exemplo do que aconteceu no ano passado nos Estados Unidos, quando o FBI confirmou que a ação de hackers afetou o resultado da eleição para presidência do país.
No final do ano passado, o TSE deu início à primeira fase dos testes para as eleições de 2018. Dentre os grupos participantes, dois conseguiram encontrar brechas na segurança das urnas. Um deles é formado por peritos da Polícia Federal (Grupo 4) e o outro liderado por Diego Aranha (Grupo 1), doutor em Ciência da Computação.
O Grupo 4, coordenado pelo perito criminal da Polícia Federal Ivo de Carvalho Peixinho, obteve sucesso parcial com o plano "Extração de chave privada do Sistema Operacional da Urna Eletrônica". Já o Grupo 1 detectou e utilizou uma sequência de vulnerabilidades para inserir códigos de autoria nos programas da urna eletrônica antes do processo de carga, ou seja, quando o software é instalado.
Na segunda parte do teste, chamada de Teste de Confirmação, as mesmas equipes tiveram dois dias para avaliar os aprimoramentos e reparos feitos pelo TSE e repetir os testes que fizeram no final do ano passado. Os testes só são encerrados quando ninguém mais consegue acessar os dados.