Por Daniela Arcanjo | Folhapress
Submarino apreendido com toneladas de drogas no Equador
Foto: Reprodução
A onda de violência que fez o Equador ser palco de massacres em prisões, assassinatos de políticos e explosões de carros-bomba nos últimos tempos, em uma crise que voltou a se intensificar esta semana, pode ser explicada, em parte, pelas mudanças na economia global de cocaína. Isso porque essas transformações fortaleceram rotas de tráfico que favoreceram organizações criminosas do país sul-americano.
A crise fez a outrora pacífica nação se tornar uma das mais violentas da América Latina em 2023. Dados da Polícia Nacional reproduzidos pela imprensa local mostram que, no ano passado, o país registrou mais de 40 mortes violentas a cada 100 mil habitantes —em 2022, a Venezuela havia ficado com a liderança na categoria, registrando uma taxa de 40,4 mortes para a mesma quantidade de pessoas, enquanto a do Brasil tinha sido de 23,4 mortes por 100 mil habitantes.
Segundo relatório de 2023 da ONU, a cocaína foi a quarta droga mais usada fora de situações médicas em 2021, atrás apenas da maconha, dos opioides e das anfetaminas. O mercado da substância engloba cerca de 22 milhões de usuários pelo mundo e é um dos mais lucrativos do comércio ilegal.
Especialista em segurança e pesquisador da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Fernando Carrión conta que as mudanças de conjuntura dessa enorme economia que fizeram o Equador emergir como peça essencial do tráfico remontam à década de 1990.