Diario do Centro do Mundo
PUBLICADO NO BRASIL DE FATO*POR IGOR CARVALHO
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) utilizou-se da condição de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados para contrariar determinações antigas do coletivo em relação à Venezuela. O filho do presidente da República enviou uma carta ao país vizinho no dia 30 de abril de 2019, com o timbre da comissão, estimulando as Forças Armadas a se levantarem em defesa de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino. Em ocasiões anteriores, os deputados que compõem o coletivo haviam decidido pela não intervenção.
“Esperamos que a totalidade das Forças Armadas se una a este movimento que demonstra valentia e compromisso cívico, que busca recuperar o sentido democrático do povo e que logre restaurar o respeito aos direitos humanos, acabar com a crise humanitária imperante e permitir o retorno dos milhares de venezuelanos exilados, produto desta grave situação”, afirmou Eduardo Bolsonaro na carta, que também é assinada por Cornelia Schmidt-Liermann, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso da Argentina.
A carta foi condenada pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). “Um presidente de comissão é um coordenador de trabalhos. Ele não pode falar em nome da comissão, para que a sua visão equivocada não possa ter um caráter institucional de um grupo de parlamentares que não concordam com aquilo que ele está defendendo. Isso é um absurdo”, condena. “Ele pode falar como Eduardo Bolsonaro. Ele está estimulando uma intervenção militar em um país vizinho da América Latina, mas se torna mais grave ainda quando ele dá a entender que faz isso pela comissão de Relações Exteriores, representando o conjunto do coletivo. Isso é inaceitável”, completa.