Priapismo é a condição, associada ou não a um estímulo sexual, na qual o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido habitual. Essa ereção é involuntária, duradora (cerca de 4 horas), geralmente dolorosa e potencialmente danosa, podendo levar à impotência sexual irreversível, constituindo-se numa emergência médica.
O priapismo ocorre principalmente à noite, apresentando duração variável (de minutos a horas) e pode ser induzido pelo ato sexual, masturbação, ingestão de bebidas alcoólicas e ereção noturna espontânea. http://www.abc.med.br
Quais são os tipos de priapismo?
Há dois tipos principais de priapismo:
Isquêmico (de baixo fluxo ou oclusivo): ocorre devido à estase sanguínea por diminuição do retorno venoso, com possível isquemia tecidual. Essa ereção pode evidenciar uma reduzida concentração de oxigênio (coloração vermelho escura) no sangue peniano.
Não isquêmico (de alto fluxo ou arterial): caracteriza-se por um fluxo arterial elevado, com retorno venoso normal. Geralmente essa ereção é indolor e o sangue aspirado do pênis apresenta coloração vermelho-clara, do tipo arterial.
Quais são as causas do priapismo?
Os mecanismos podem ser neurológicos e/ou vasculares, pode ser condicionado por distúrbios sanguíneos (anemia falciforme, leucemia, etc) ou por lesões e traumas da medula espinhal. Nos idosos pode estar associado a neoplasias. Alguns medicamentos podem levar ao priapismo, sendo os mais comuns as injeções intracavernosas (no corpo do pênis) para o tratamento da disfunção erétil. Também pode ser causado por picada de certas aranhas como, por exemplo, da aranha "armadeira". Em alguns casos, não tem causa específica reconhecida.
Como resultado final, o priapismo pode resultar de:
Lesão venosa: em que o sangue que chega ao pênis pelas artérias, não consegue retornar ao corpo.
Lesão arterial: quando há a ruptura de uma artéria que leva o sangue para o pênis, situação na qual o sanguechega em grande volume, enquanto seu escoamento é lento. Nessa condição (geralmente devido a um trauma perineal ou peniano) a ereção não é tão rígida, nem tão dolorosa, quanto no caso da lesão venosa, podendo ser transitória.
Quais são os sinais e sintomas do priapismo?
O principal sintoma do priapismo é uma ereção persistente (por mais de 4 horas), associada ou não ao desejo sexual e geralmente acompanhada de dor (sobretudo no priapismo isquêmico), que habitualmente não se inicia pelo desejo sexual, nem é aliviada com a ejaculação. O estado das veias penianas também deve ser observado. Após uma ereção eejaculação normais, as veias que drenam o sangue do pênis se relaxam e abrem e o pênis recobra sua flacidez habitual. Em muitos casos de priapismo isso não acontece e o pênis permanece insistentemente ereto.
Como o médico diagnostica o priapismo?
O diagnóstico do priapismo é feito pelo exame clínico direto que mostra uma ereção sustentada do pênis. O médico pode lançar mão da gasometria para avaliar se o priapismo é isquêmico ou não. A contagem de plaquetas, no hemograma, ajuda a pesquisar se há ou não leucemia. Pode-se proceder a testes específicos para detectar a anemia falciforme.
Alguns exames complementares às vezes são necessários para definir melhor o diagnóstico das causas do priapismo, tais como doppler do pênis ou arteriografia (só usada para fazer a embolização seletiva, nos casos de priapismo não-isquêmico). O tratamento medicamentoso sempre deve preceder o cirúrgico. Se o priapismo não for solucionado com as medicações, segue-se o tratamento cirúrgico. O priapismo não-isquêmico não requer tratamento imediato e pode ter resolução espontânea. Se for necessário tratar, o tratamento deve consistir de embolização da artéria lesada.
Como o médico trata o priapismo?
Quase sempre o tratamento do priapismo necessita de uma intervenção médica urgente. No caso de lesão venosa, o sangue que se encontra no corpo cavernoso do pênis deve ser aspirado por uma punção e deve ser introduzida nele substâncias que ajudem na sua detumescência. Se isso não for bastante para solucionar o problema, haverá necessidade de intervenção cirúrgica, para se criar um desvio (shunt) circulatório que permita a saída do sangue estagnado. Na lesão arterial, deve-se proceder à ligadura ou embolização da artéria em causa.
Como prevenir o priapismo?
Como a maioria dos casos de priapismo é idiopática, torna-se difícil a prevenção.
Quando o priapismo tem causas conhecidas (injeções intracavernosas de medicamentos, medicamentos orais, etc), essas causas devem ser evitadas.
Como evolui o priapismo?
As complicações do priapismo podem ser:
Isquemia do pênis ou partes dele.
Coagulação intrapeniana do sangue retido, causando trombose e impotência.
Gangrena.