por Mateus Coutinho, Julia Affonso e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo**Foto: Renato Araújo / Agência Brasil
O ex-governador do Rio e atualmente secretário de governo de Campos dos Goytacazes (RJ), Anthony Garotinho (PR) - preso nesta quarta-feira (16), na Operação Chequinho, da Polícia Federal -, era chamado de "comandante" pelo presidente da Câmara da cidade, Edson Batista (PTB). Segundo as investigações da PF e do Ministério Público Eleitoral, ele controlava com "mão de ferro" um esquema de compra de votos no município. Para o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, que decretou a prisão do ex-governador, Garotinho é o "prefeito de fato" de Campos. A expressão "comandante" foi identificada em uma escuta telefônica autorizada pela Justiça Eleitoral de uma conversa entre Garotinho e o presidente do Legislativo municipal. Na ocasião, o Tribunal Regional Eleitoral cassou o mandato da prefeita e mulher do ex-governador Rosinha Garotinho e de seu vice, determinando assim que o presidente da Câmara assumisse a prefeitura. Segundo a Operação Chequinho, Garotinho "determinou (ao presidente da Câmara) que fosse encetada uma reação política" e o próprio Edson Batista - no diálogo em que se refere ao "comandante" - pediu "orientações contínuas para que não desse passo em falso". "Nota-se a subserviência dos Poderes Executivo e Legislativo deste município ao acusado", assinala o juiz eleitoral, na decisão que aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral contra o ex-governador e determinou a prisão preventiva de Garotinho.