Valor calculado em outubro representa mais de 4 vezes e meia o valor do mínimo atual, de R$ 880
O salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 4.016,27, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
É este o valor necessário “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”, segundo a instituição.
É o maior valor desde que o cálculo começou a ser feito há 22 anos. No mês de setembro, o salário mínimo necessário ficou em R$ 4.013,08.
Os R$ 4.016,27 de outubro representam mais de 4 vezes e meia o valor do mínimo atual, em R$ 880.
O cálculo da Dieese é feito com base no valor da cesta básica mais cara, atualmente a de Porto Alegre. A última pesquisa do Dieese mostrou alta em 13 capitais e redução em 14.
Pela lei atual, o salário mínimo no Brasil é reajustado pela soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.
Já que o PIB ficou parado em 2014 e teve queda em 2015, o que está se repetindo em 2016, o próximo aumento real ficará no mínimo para 2019.
Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves explica quais seriam as consequências práticas se um salário mínimo tão alto fosse estabelecido por lei:
“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”. (Com informações da Exame)
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