Defensores da poligamia nos Estados Unidos pretendem justificar a legalização do relacionamento com as mesmas teses jurídicas utilizadas por ministros da Corte em votos a favor e contra o casamento gay.
A primeira delas é a igualdade de direitos perante a lei, garantida a todos os cidadãos pela Constituição e mencionada pelo ministro Anthony Kennedy, favorável ao casamento homoafetivo. As palavras do presidente da Suprema Corte, o ministro John Roberts, também são base para os polígamos e defensores da poligamia. Roberts escreveu que "do ponto de vista da história e da tradição, um salto do casamento entre pessoas do sexo oposto para o casamento entre pessoas do mesmo sexo é muito maior do que o salto de uma união entre duas pessoas para a união plural, que tem raízes profundas em algumas culturas no mundo". O escritor e acadêmico Fredrik Deboer chegou a publicar um artigo no site Politico, intitulado 'Está na hora de legalizar a poligamia'. "O casamento deveria ser um direito amplamente aplicável - um direito que força o governo a reconhecer, como na decisão de sexta-feira, o 'amor, a fidelidade, a devoção, o sacrifício e a família' dos cidadãos", afirmou, aproveitando palavras do voto do ministro Anthony Kennedy. No estado de Montana, Nathan Collier, casado com Victoria, levou sua segunda mulher Christine, que vive maritalmente com o casal sem ser casada, ao tribunal do Condado de Yellowstone e formalizou um pedido de licença para se casar com ela. A princípio, o tribunal se recusou a conceder a licença, ao saber que Collier já era casado, e o polígamo protestou.