(AFP) -O Brasil quer passar a crescer a uma taxa de 5% anual para cobrir suas necessidades, longe dos 2,7% em 2011, e para isso está atraindo investimentos privados através da ampliação da capacidade de endividamento dos estados, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira.
O governo de Dilma Rousseff decidiu subir o endividamento para 17 dos 27 estados, no dia seguinte ao lançamento de um plano de concessões de longo prazo de mais de 60 bilhões de dólares em rodovias e ferrovias.
Isso "busca garantir que o Brasil terá nos próximos anos uma taxa de crescimento compatível com nossas necessidades, em torno de 5%, de modo que continuamos gerando empregos e gerando renda para melhorar a situação da população", disse Mantega em um encontro com governadores.
O ministro anunciou que 17 estados poderão contrair empréstimos adicionais com o governo central por um total de 42,225 bilhões de reais (21,100 bilhões de dólares), para financiar projetos de infraestrutura, saneamento ambiental, moradia e mobilidade urbana.
Essas medidas, somadas ao estímulo ao consumo, devem reverter a desaceleração do primeiro semestre e levar a sexta economia do mundo a fechar 2012 "com um crescimento em torno de 4%", disse Mantega.
No primeiro trimestre do ano, o PIB do Brasil cresceu apenas 0,2% com relação ao trimestre anterior e só 0,8% com relação ao mesmo período de 2011.
Golpeado pela crise internacional, o governo de Rousseff cortou sua previsão de crescimento de 2012 de 4,5 a 3%, apesar de o mercado financeiro esperar uma expansão de apenas 1,85%. Em 2011, a economia brasileira cresceu apenas 2,7%, depois de um forte salto de 7,5% de 2010.
"O segundo semestre será melhor que o primeiro, com várias iniciativas que temos tomado, no governo central e nos estados, a atividade já começa a reagir", disse Mantega.