Caras e caros, o que vai abaixo é muito grave.
Espalhem a informação na rede, debatam, organizem-se em defesa da democracia.
O que se vai ler revela uma das mais graves agressões ao estado de direito desde a redemocratização do país.
Luiz Inácio Lula da Silva perdeu completamente a noção de limite, quesito em que nunca foi muito bom.
VEJA publica hoje uma reportagem estarrecedora.
O ex-presidente iniciou um trabalho direto de pressão contra os ministros do Supremo para livrar a cara dos mensaleiros.
Ele nomeou seis dos atuais membros da corte — outros dois foram indicados por Dilma Rousseff.
Sendo quem é, parece achar que os integrantes da corte suprema do país lhe devem obediência.
Àqueles que estariam fora de sua alçada, tenta constranger com expedientes ainda menos republicanos.
E foi o que fez com Gilmar Mendes.
A reportagem de Rodrigo Rangel e Otavio Cabral na VEJA desta semana é espantosa!
Lula, acreditem, supondo que Mendes tivesse algo a temer na CPI do Cachoeira, fez algumas insinuações e ofereceu-lhe uma espécie de “proteção” desde que o ministro se comportasse direitinho.
Expôs ainda a forma como está abordando os demais ministros.
Leiam trecho.
Volto em seguida.
(…)
Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília.
Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília.
O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois.
Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”.
O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Para espíritos mais sensíveis, Lula já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido.
Mas vá lá.
Até aí, estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana.
Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento.
Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações.
O recado foi decodificado.
Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI.
(…) “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar Mendes a VEJA.
O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evitar a prescrição dos crimes.
(…)
(…)
Voltei
Interrompo para destacar uma informação importante. Na conversa, Lula insinuou que Mendes manteria relações não-repubicanas com o senador Demóstenes Torres.
Quando ouviu do interlocutor um “vá em frente porque você não vai encontrar nada”, ficou surpreso.
Segue a reportagem de VEJA.
Retomo depois:
A certa altura da conversa com Mendes. Lula perguntou: “E a viagem a Berlim?”.