Em um programa que irá ao ar em julho na TV portuguesa “RTP”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disparou críticas a líderes políticos e instituições, segundo a antecipação da entrevista, publicada quinta-feira pelo jornal português “O Público”. O ex-presidente reclamou da falta de líderes mundiais, afirmando “Obama pensa nos americanos, Merkel nos alemães, cada um no seu mandato. O mundo não está pensado de forma globalizada”. Sobre o Fundo Monetário Internacional, Lula disse que “O FMI é muito bom quando a crise é na Bolívia, mas quando a crise é nos Estados Unidos, o FMI não vale nada”.
Ao falar sobre seu mandato como presidente, Lula disse que vai agradecer a Deus “até o último dia” de sua vida. “Vivemos oito anos de grande intensidade”, acrescentou, destacando “uma política internacional como o Brasil jamais havia feito. Visitei 99 países, fazendo com que o Brasil ganhasse respeitabilidade como a sexta economia do mundo. Fizemos coisas extraordinárias." Ao mencionar que mais de 20 milhões de pessoas saíram da linha de miséria e 40 milhões entraram para a classe média, Lula deu sua visão de legado, acrescentando que “a presidente Dilma tem condições para fazer muito mais e melhor”, sugerindo, segundo “O Público”, que não concorrerá à reeleição.
Sobre sua saúde, que o obrigou a restringir o tempo da entrevista, Lula admitiu que foi um erro ter mantido o ritmo de trabalho depois que deixou a Presidência. “Quando deixei a Presidência, viajei para 36 países em oito meses.” E acrescentou: “a ociosidade é uma desgraça para o ser humano. Não consigo descansar três dias seguidos. Vou morrer fazendo trabalho com muita intensidade.” De O Globo
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