“Não vivo da caridade do governo”

247 – O empresário Joesley Batista, um dos herdeiros do grupo JBS Friboi, e que comanda a holding J &F, controladora dos negócios da família, continua em sua cruzada para convencer a opinião pública de que a compra da Delta é uma operação totalmente privada, sem o aval do governo federal.

Os irmãos Batista são frequentemente criticados em razão de terem já recebido bilhões do BNDES, que possui hoje 31% da companhia. Em contrapartida foram também os maiores doadores da campanha de Dilma Rousseff à presidência, com R$ 12 milhões em 2010, e também doaram mais R$ 4 milhões ao PT, em 2011.

Em entrevista à revista Exame, Joesley Batista disse que se sente frustrado por não ser reconhecido como empresário de sucesso graças ao seu próprio esforço. Ele falou também sobre a compra da Delta. Leia alguns trechos:

Sobre a ação política no resgate da Delta

“Essa versão é uma maluquice. Chega a me ofender. Não existe essa história de que o Meirelles foi falar com Lula. Nunca nos pediram para fazer nenhum negócio e, se pedirem, vou negar. Eu não vivo da caridade do governo.”

Sobre a oportunidade de comprar uma empreiteira

“Considero a Delta uma excelente oportunidade. Você, por acaso, está vendo outra construtora desse tamanho à venda? Ela é a sexta maior do setor. E não é qualquer sexta. Equivale à metade da primeira.”

Sobre o irmão (José Batista Júnior) ter dito que o governo sabia

“Há sete anos que o Júnior não assina um papel aqui. Ele está fora da empresa. Não é que falou o que não podia: falou o que não sabia.”

Sobre Fernando Cavendish

“Encontrei o Fernando numa segunda-feira. Ele reuniu diretores, mostrou relatórios e resultados. Tive surpresas positivas. Não vi sofás luxuosos para receber políticos. Vi que a Delta é uma empresa de engenheiros, não de políticos.”

Sobre a saúde da empreiteira

“Eu olhei os balanços: é uma empresa saudável. Tem condições de cumprir os contratos, mas, se perder, pode fazer obra privada. A Delta está sofrendo bullying empresarial, mas tem condições de sobreviver.”