Por Mônica Bergamo | Folhapress
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Foto: Reprodução / CNN
A Educafro Brasil ingressou na Justiça com uma ação civil pública contra o Google em que pede R$ 100 milhões de indenização pelo fato de a empresa ter disponibilizado em sua loja para aplicativos de celular, a Play Store, um jogo chamado Simulador de Escravidão.
Nele, os jogadores podem comprar escravos, praticar castigos físicos, enriquecer com o trabalho deles e evitar rebeliões e fugas.
Procurado, o Google não se manifestou até a conclusão deste texto.
A ação foi protocolada neste sábado (27), no Foro Central Cível do Rio de Janeiro, e trata de dano moral coletivo. Segundo a Educafro, os R$ 100 milhões de indenização devem ser revertidos para o Fundo Nacional de Defesa do Consumidor e ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos
O jogo foi lançado no dia 20 de abril e contava com mais de mil downloads, além de diversas avaliações positivas. Após repercussão negativa, o Google removeu o jogo da loja e afirmou que tem um conjunto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores.
"Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas", afirmou a empresa na ocasião.
Até quinta-feira (25), porém, o jogo continuava em funcionamento para quem já tinha baixado o aplicativo no celular ou outro aparelho eletrônico. O Ministério Público do Estado de São Paulo e o Ministério Público Federal cobraram explicações dos responsáveis.
"Chega a ser inacreditável que, em pleno ano de 2023, a população negra, não só do Brasil, mas de todos os países onde o fato repercutiu, a testemunhar a maior empresa de tecnologia do mundo inteiro auferir com racismo explícito e clara apologia à escravidão, violência física, verbal e sexual de pessoas negras como forma de entretenimento", afirma a Educafro na ação.
"E ainda mais estarrecedor é o fato que o 'jogo' só foi removido da plataforma Play Store após a divulgação de sua existência por veículos de comunicação de grande alcance", prossegue o texto.
No documento, eles também pedem a concessão de tutela de urgência para que o Google comprove a exclusão integral do aplicativo Simulador de Escravidão da Play Store em todo o Brasil. Solicitam também que sejam fiscalizados e coibidos de forma ativa pela plataforma a existência de outros jogos que possuam conteúdo discriminatório e ofensivo a minorias.
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