Segundo o Rede Sismográfica Brasileira, o fenômeno é decorrente de causas naturais
Por Daniele Marzano / O TEMPO
Reportagem recebeu relatos de moradores de ao menos dez bairros diferentes do município, entre eles Espírito Santo, Filadélfia, Angola, PTB e Teresópolis
Foto: Carolina Miranda
De acordo com sismólogo do Centro de Sismologia da USP e da RSBR, Bruno Collaço, tremores como esse são comuns e acontecem diariamente no Brasil. E em Minas Gerais, esses eventos também são recorrentes. “Pequenos tremores de terra em Minas Gerais não são incomuns, muito pelo contrário. O Estado é o que registra o maior número de abalos sísmicos. Esses tremores naturais, na grande maioria das vezes, são causados pelas grandes pressões geológicas que atuam na crosta terrestre”, afirma.
Collaço explica que tremores naturais normalmente são originados por movimentações repentinas de falhas ou fraturas que ocorrem devido às pressões geológicas. “Tremores dessa magnitude têm poucas chances de causar danos mais sérios, apesar do susto que causa nas pessoas”, acrescenta.
E, de fato, o fenômeno causou espanto na população. “Estamos assustados. Amigos de diferentes lugares de Betim também sentiram. Pareceu um tremor de terra, mas não dá para ter certeza”, disse uma moradora do Arquipélago Verde à reportagem.
Segundo a Defesa Civil de Betim, no entanto, nenhum chamado ou ocorrência em razão de pessoas feridas ou de prejuízos a quaisquer imóveis foi registrada até o momento. Ainda de acordo com o órgão municipal, a Defesa Civil do Estado foi acionada e informou que também não recebeu nenhum alerta sobre o abalo sísmico.
O especialista Bruno Collaço explica que não é possível prever se o tremor voltará a ocorrer em Betim ao longo do dia ou da semana. No caso de terremotos de maior magnitude, podem ocorrer réplicas, que são novos abalos sísmicos sentidos após o fenômeno principal. "Este é um tremor de baixa magnitude, e a probabilidade de haver réplicas é muito baixa. Mas, em todo caso, não dá para prever", explica.
Bruno também ressalta que não é possível prever se outras cidades ao redor de Betim poderão registrar tremores semelhantes, mas, caso ocorram, não necessariamente estarão relacionados ao fenômeno ocorrido na cidade.
Sismógrafo
De acordo com nota enviada pela prefeitura, a gestão municipal está, desde o ano passado, em tratativas com a Defesa Civil estadual para a instalação de um sismógrafo na cidade. Como o município ainda não dispõe desse instrumento, está em contato com o Centro de Inteligência do Estado para identificar as causas dessa anormalidade relatada por moradores.
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