Psicanalista alerta sobre os efeitos no organismo
Dra. Andréa Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, neuropsicóloga
A atriz Vitória Strada, recém chegada no BBB25, revelou que se viciou em nicotina após fazer uso intenso de cigarros eletrônicos, os famosos “Vapes”. No confinamento, precisou pedir cigarros para a produção do programa.
Engana-se quem pensa que os cigarros eletrônicos que, viraram uma febre nos últimos tempos, não viciam. Seus efeitos nocivos no corpo biológico do indivíduo, podem ser até maiores que os cigarros comuns. Mas quando tratamos desse assunto sob uma ótica psicológica, é possível destacar vários efeitos destrutivos e que podem ser, muitas vezes, irreversíveis.
Os cigarros eletrônicos são utilizados como uma alternativa para fugir do cigarro convencional. De diversos formatos, sabores e especificidades, eles ganharam o mercado, principalmente entre os jovens.
Classificados pelos usuários como um lazer, apesar de ser proibida sua comercialização desde 2009, por serem mais práticos, além de possuírem odores diversos, o que viralizou seu uso, virando tendência entre as tribos.
No entanto, apesar de conter apenas vapores de nicotina líquida, eles possuem muitas substâncias tóxicas (mais de 80) e potenciais carcinogênicos que, associados ao incremento do metal e com o uso prolongado provocam diversos sintomas negativos para a saúde dos seus usuários, como: falta de ar, fadigas intensas, aumento dos riscos cardiovasculares, potencial de intoxicação, vômitos, náuseas, tosse, febre, dores no peito, perda de peso, depressão respiratória, doenças pulmonares e câncer.
Segundo Andrea, ainda dentro da cesta dos malefícios causados pelos dispositivos eletrônicos, podemos também incluir os sintomas psicológicos que, a longo prazo são instaurados no usuário e que, podem possuir um efeito ainda mais destrutivo, principalmente, se o indivíduo já possui algum tipo de transtorno ou neurose associada.
“Estudos já comprovaram que, por exemplo, a ansiedade pode atingir níveis ainda mais elevados propiciando a potencialização da síndrome do pânico e também da depressão em casos mais graves. Sem falar na dependência emocional que induz a uma falsa sensação de felicidade, a partir de sua atuação no cérebro, estimulando o desejo de fumar mais e mais”, explica Andrea que também é neuropsícóloga.
Segundo a especialista, isso acontece porque ao inalar as toxinas do vapor, a pessoa tem uma sensação de calmaria e prazer.
“Assim, sem suas tragadas no dispositivo, o fumante vê aumentar seus níveis de estresse, além de perceber uma brusca alteração de humor, seguida por constante irritabilidade. Ou seja, um falso benefício oferecido pelo tabagismo que alimenta sensações boas, refletindo o ciclo vicioso que, consequentemente, demanda um consumo cada vez mais elevado do cigarro eletrônico”, complementa.
Para Andrea é preciso refletir onde está instaurada a carência do ser humano que vive em busca de tapar seus buracos emocionais através de alternativas, muitas vezes, prejudiciais e venenosas para seu corpo físico e sua saúde mental.
“Não existe nenhuma garantia de que os prejuízos e toxicidades ao organismo do cigarro eletrônico, serão menores que os do cigarro convencional. Pelo contrário, a dependência química e psicológica pode potencializar o vício em favor de uma modernidade ou uma necessidade de pertencimento, certamente injustificáveis do ponto de vista do bem estar do indivíduo”, afirma.
Andrea finaliza que seja eletrônico ou convencional, o cigarro representa sérios riscos para a saúde humana e que ser ou se tornar um viciado é uma sentença de morte.
“É preciso resgatar o equilíbrio e eliminar o vício provocado pelos eletrônicos e/ou convencionais, a fim de garantir a saúde plena do ser humano”, conclui.
Dra. Andréa Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós-graduada em psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro/ @dra.andrealadislau
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