Por Redação / BN
O Ministério da Saúde do Brasil lançou, em dezembro de 2024, o Plano de Contingência Nacional do Setor Saúde para Influenza Aviária, com o objetivo de garantir uma resposta coordenada e eficaz caso ocorram surtos da doença no país. Embora não tenha sido confirmado nenhum caso humano de gripe aviária até o momento, nem haja investigações em andamento, o plano visa estabelecer uma estrutura de ação frente à possibilidade de introdução da doença no território nacional. O documento define as responsabilidades e ações nos níveis federal, estadual e municipal, além de determinar estratégias para enfrentamento de emergências sanitárias relacionadas à influenza aviária. Entre as medidas previstas, estão atividades de vigilância epidemiológica, diagnóstico laboratorial, assistência e comunicação em saúde.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a importância de o Ministério da Saúde estar preparado para enfrentar a introdução de novas doenças no Brasil, uma vez que as emergências sanitárias exigem respostas rápidas e coordenadas. Ela ressaltou que é fundamental iniciar a preparação para doenças com potencial pandêmico de forma antecipada, estabelecendo as ações necessárias em diferentes cenários, para fortalecer a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as suas instâncias. "A definição clara das ações necessárias é essencial para proteger a saúde da população", afirmou.
O coordenador-geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e Outros Vírus Respiratórios, Marcelo Gomes, explicou que o Ministério da Saúde tem implementado medidas rigorosas de vigilância e prevenção para orientar a atuação do SUS frente à influenza aviária. Segundo Gomes, o plano engloba ações desde medidas rotineiras até aquelas necessárias diante da ocorrência de casos da doença, estabelecendo diferentes níveis de emergência e estratégias para a proteção da população. Ele também destacou a necessidade de uma abordagem integrada e coordenada com outros atores relevantes, como as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, para garantir uma resposta eficaz.
No sentido de fortalecer a vigilância, o Ministério da Saúde publicou, em 2024, o Guia de Vigilância da Influenza Aviária em Humanos, que detalha as diretrizes para o monitoramento de pessoas expostas a aves suspeitas ou confirmadas com a doença, além de orientar a identificação precoce de casos humanos e a implementação de tratamentos rápidos para evitar complicações e mortes. Para garantir que o país esteja preparado, o ministério também tem investido no treinamento de profissionais de saúde e no estabelecimento de fluxos claros de comunicação com entidades governamentais e internacionais.
Embora ainda não haja uma vacina contra a influenza aviária licenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde segue monitorando os desenvolvimentos internacionais sobre vacinas para a doença. A pasta também já consultou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre possíveis fornecedores e mantém diálogo com o Instituto Butantan, que está conduzindo estudos de fase 2 de uma vacina contra a gripe aviária. O ministério continuará acompanhando o tema com atenção e tomará as medidas necessárias, caso surjam novos cenários.
A principal forma de transmissão da influenza aviária para os seres humanos ocorre pelo contato direto ou indireto com aves infectadas, suas excretas ou secreções. Assim, as medidas de prevenção se concentram em evitar esse tipo de contato, especialmente para pessoas com exposição laboral ou recreativa a aves. Para essas pessoas, é recomendado o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como forma de reduzir os riscos de contágio. O Ministério da Saúde segue atento à situação e adota estratégias de vigilância e resposta para garantir a proteção da saúde pública no Brasil.
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