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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Mais de 1.500 presos fugiram em meio a distúrbios eleitorais em Moçambique

Mais de 1.500 detentos fugiram de uma prisão de alta segurança em Maputo, nesta quarta-feira (25), no terceiro dia de agitação que abalou Moçambique desde que a vitória eleitoral do partido governista...
Amilton Neves
Forças de segurança moçambicanas se posicionam perto de uma barricada incendiária em Maputo, 24 de dezembro de 2024Amilton Neves
Mais de 1.500 detentos fugiram de uma prisão de alta segurança em Maputo, nesta quarta-feira (25), no terceiro dia de agitação que abalou Moçambique desde que a vitória eleitoral do partido governista, denunciada como fraudulenta pela oposição, foi confirmada.

No total, "1.534 reclusos fugiram" da Cadeia Central de Maputo, localizada a 15 quilômetros da capital, indicou o chefe da polícia nacional, Bernardino Rafael. Na fuga "houve confrontos com os agentes penitenciários", resultando em 33 mortos e 15 feridos entre os fugitivos.

As operações de buscas levaram à recaptura de 150 foragidos, disse ele.

Cerca de 30 fugitivos pertencem a organizações jihadistas que nos últimos sete anos vêm aterrorizando a província de Cabo Delgado, no norte deste país do sul da África.

"Foram libertados 29 terroristas que tinham sido condenados e estamos preocupados com esta situação", disse Bernardino Rafael.

De acordo com o chefe de polícia, grupos de manifestantes se aproximaram da penitenciária e criaram confusão, levando a tumultos dentro da instalação, onde os presos quebraram uma parede pela qual escaparam.

Nesta quarta-feira, barricadas continuaram a ser erguidas em vários pontos da capital, controlando os poucos veículos que tentavam circular, e os atos de vandalismo continuaram.

Várias lojas foram saqueadas desde a segunda-feira e várias ambulâncias foram incendiadas, disse um correspondente da AFP.

Alguns manifestantes montaram mesas nas ruas para manter a área ocupada enquanto comemoravam o Natal com suas famílias ou vizinhos nos bairros operários de Maputo.

O Conselho Constitucional ratificou na segunda-feira a vitória da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde que a ex-colônia portuguesa conquistou a independência, em 1975.

De acordo com a mais alta corte do país, seu candidato, Daniel Chapo, 47 anos, obteve 65% dos votos nas eleições de 9 de outubro, frente a 24% de seu principal oponente, Venâncio Mondlane.

Mondlane, que denuncia um processo eleitoral fraudulento, havia advertido, antes da decisão do Conselho Constitucional, que atribuir a vitória à Frelimo poderia mergulhar o país no “caos”.

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