Por Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
Rebeca Andrade, ginasta brasileira que está brilhando em Paris e conquistou o ouro no solo olímpico, deu uma declaração exaltando a importância e o lugar que a terapia ocupa em sua vida. Em uma entrevista ela revelou que a terapia a ajudou a vencer seus medos, inseguranças e a se descobrir na ginástica.
A também estudante de psicologia, entende a importância da saúde mental em prol do bem estar do indivíduo.
No auge da carreira, a jovem demonstra estar bem antenada com todos as questões emocionais que podem vir a acompanhar o atleta, não importa, sua modalidade, trazendo pensamentos limitantes, relacionado ás frustrações, auto cobranças, gatilhos que, se não tratados, podem destruir a carreira do profissional.
Ainda dentro do relato de Rebeca Andrade, fica clara a importância do profissional de saúde mental especializado em esportes dentro dos clubes, para auxiliar atletas e equipe técnica, no gerenciamento das emoções e sentimentos dentro de um universo bombardeado por elevadas pressões externas e internas.
Fato é que, existe um peso gigantesco de todo um país que cobra e espera resultados. Além disso, existe a cobrança da família e própria cobrança pessoal que faz com que aquele competidor enxergam na sua atividade, a possibilidade de virar um herói de seu estado ou de uma nação.
É um verdadeiro caldeirão de ansiedade e estresse intensificados em grandes disputas. O controle emocional é fundamental para que o nervosismo, o controle do ego, o aplacamento da fúria e da raiva não afete o psicológico dos atletas.
Mas engana-se quem pensa que o profissional de saúde mental precisa estar apenas no momento das competições. O ideal é que esse acompanhamento seja contínuo e que a terapia faça parte, de maneira contínua, do dia a dia dos atletas, dentro ou fora do ambiente de esportes, auxiliando a minimizar medo, tensão, angústia e ansiedade e evitando projeções de frustrações pessoais na disputa.
A linguagem da mente ainda é desconhecida para grande parte da população. As pessoas acreditam que, faz parte do rol de doenças mentais apenas os casos mais severos em que os sintomas são aparentes. Não compreendem que a ansiedade e a depressão também são problemas psíquicos, e que apresentam o maior índice de crescimento hoje entre as doenças mentais diagnosticadas.
Inclusive, a depressão é considerada a doença do século e temos que ter a consciência clara de que todos estamos sujeitos a sofrer com algum tipo de transtorno mental ao longo da vida.
No entanto, assim como definido pela própria OMS – Organização Mundial de Saúde, não podemos esquecer que o conceito de saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças ou demais enfermidades. Ou seja, preciso entender que é urgente o acolhimento emocional para auxiliar na superação de conflitos, traumas ou dificuldades emocionais.
Enfim, a gigante Rebeca Andrade, nossa menina de outro, mais uma vez, merecedora de todos os aplausos, desmistifica a imagem do atleta que tem que ser forte e intocável, o tempo todo. Sua fala, mostra que é preciso se conscientizar do valor da terapia e da necessidade de banir o preconceito com a saúde mental.
A terapia é uma salvação, assim como uma alimentação saudável, atividades físicas regulares; o gerenciamento do estresse; a socialização e a prática de hobbies; Cuidar do organismo e da mente, equilibra o emocional.
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