Além de salvar vidas, a doação garante benefícios para os doadores
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Aos 21 anos, a estudante de psicologia Sabrina Lima Reis foi submetida a um transplante de rim. Para receber o órgão doado pela mãe, a jovem precisou vencer um obstáculo: 20 pessoas deveriam doar sangue para que a cirurgia fosse realizada de maneira segura. Em três dias, o dobro de pessoas fizeram doações. Além da corrente de solidariedade que salva vidas, doadores de sangue têm diversos benefícios na Bahia. Correio da Bahia
“Não tive medo por saber que tenho amigos e uma família muito dedicada. Eles levaram outros amigos e colegas de trabalho para doarem para mim. Foi inacreditável saber que tantas pessoas doaram”, conta Sabrina Lima, 22. O órgão foi rejeitado pelo organismo da jovem, que aguarda na fila de transplantes por um novo rim. Doar sangue para a cirurgia de Sabrina fez com que parentes e amigos da estudante criassem o hábito de fazer a doação.
“Eu sempre tive o desejo de doar sangue, mas nunca consegui por meu peso não ser o suficiente e também por ser uma paciente renal. Depois da doação, vários amigos começaram a doar com frequência”, conta Sabrina. São requisitos para fazer a doação estar em boas condições de saúde e pesar mais de 50 quilos.
Quem doa sangue tem direito a um dia de folga no trabalho a cada 12 meses trabalhados. Para isso, é preciso que a doação seja comprovada com um documento emitido pelo hemocentro. Homens podem doar sangue a cada dois meses. Mulheres, a cada três. Além da folga no trabalho, os doadores também têm direito a meia entrada em eventos culturais, garantida pela lei 13.183/2014.
Outro benefício da doação de sangue é a possibilidade de descoberta de doenças infectocontagiosas. Isso porque todo material doado aos hemocentros é testado antes da transfusão, o que garante a segurança de quem vai receber a doação.
“Todo serviço de hemoterapia é obrigado a comunicar o doador de algum resultado der alterado”, explica Aline Dórea, médica hematologista da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). . A testagem inclui a identificação das doenças hepatites B e C, HIV, sífilis, doença de chagas e malária.
Do total do material coletado pelo Hemoba na Bahia em junho, 285 bolsas de sangue foram descartadas – o que representa 6% do total. O descarte acontece quando o sangue não atinge todos os critérios de biossegurança estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A última atualização do hemocentro, feita na tarde de terça-feira (30), indica que o estoque dos sangues tipo B+, B-, O+ e O- estão críticos. Os tipos A+ e A- estão em alerta. Apenas os tipos AB+ e AB- estão em níveis considerados estáveis.
Além disso, a demanda cresceu como consequência da criação de novos leitos e hospitais na Bahia, como o Hospital Geral Clériston Andrade (Feira de Santana), Hospital do Subúrbio (Salvador) e do Hospital Regional Dr. Mário Dourado Sobrinho (Irecê). “Mesmo com novos leitos, a Região Metropolitana de Salvador ainda concentra os hospitais de maior complexidade. Isso faz com que a demanda seja muito alta e estamos sempre com dificuldade de manter os estoques”, diz Luiz Catto, diretor geral do Hemoba.
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