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terça-feira, 20 de agosto de 2024

Cerca de 37 mil presidentes de mesa estão sendo capacitados na Bahia

Treinamento esclarece dúvidas sobre a legislação eleitoral e sobre o comportamento dos eleitores no dia do pleito
Foto: TSE/Divulgação
A produtora de eventos Cristiane Macedo, 47 anos, trabalha como mesária há dez anos e se diverte com as situações que ocorrem no momento da votação. Certa vez, apareceu um eleitor alcoolizado. Ele fez o procedimento sem causar tumulto, mas quando se dirigiu para a cabine ficou em silêncio por um tempo maior que o normal. Preocupados, os mesários perguntaram se estava tudo bem, mas o homem nada respondeu. Cristiane então resolveu se apaixonar para checar e foi então que encontrou o eleitor cochilando por cima da urna. Hoje, ela rir a situação, mas na hora precisou acordar o homem.

Em teoria, despertar o eleitor do sono não é uma função dos presidentes de mesa, porque ninguém deve dormir no momento da votação, mas na prática é preciso que os mesários estejam preparados para lidar com todo tipo de situação. É por isso que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) faz um treinamento com esses profissionais para esclarecer dúvidas sobre a legislação e sobre o comportamento no dia do pleito. A capacitação é específica para os presidentes, porque eles são a maior autoridade na seção.

“Eu comecei a ser mesária por iniciativa própria, porque queria conhecer como era o processo, tinha curiosidade. Há quatro anos me tornei presidente de mesa. O treinamento é importante porque, mesmo já tendo conhecimento, todos os anos existem mudanças e precisamos estar atentos para colocar em prática. Na minha seção, por exemplo, vota Durval Lélys, então, toda vez que ele chega temos que controlar o tumulto”, brinca.

Cristiane relata que nem toda situação é divertida. No último pleito, em 2022, houve confusão por conta da polarização política entre os apoiadores de Lula e de Bolsonaro. A situação ficou tão complicada que foi preciso acionar a Polícia Militar. Já houve casos de eleitores se desentenderam por conta de animais de estimação. “Principalmente cachorro. Tem pessoas que têm medo e a gente tem que conversar, pedir para o tutor aguardar a pessoa sair ou para alguém ficar com o animal do lado de fora”, explica.

Já o professor de Química Fredson Guimarães, 44 anos, se inscreveu para ser mesário em 2020, durante a pandemia de covid-19. Ele conta que foi motivado pelo desejo cívico de servir a nação em um momento crítico de crise sanitária e que não se arrepende. Nesta terça-feira (20), durante a capacitação ele contou que no último pleito as filas deixaram os eleitores estressados, alguns tentaram desrespeitar as prioridades e que foi preciso acionar a segurança para manter a ordem.

“Na pandemia eu me predispus a ajudar no processo eleitoral, porque as pessoas estavam com medo de participar e o pleito poderia ser prejudicado. Eu já tinha vontade de ser mesário, então, foi o momento de conseguir essa oportunidade. Lembro que usamos vários equipamentos de proteção para evitar contaminação, e que foi legal. Estou indo para a terceira eleição e não pretendo parar. É gratificante”, disse.

Fredson foi escolhido de imediato para ser presidente da mesa. O analista judiciário do TRE-BA, Jaime Barreiros, explica que a escolha do presidente leva em consideração o grau de instrução do mesário, o histórico de participação em outros pleitos, a proximidade com a seção e outros critérios de análise. Ele frisou a importância dos mesários no processo eleitoral. Leia mais no fortenanoticia

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