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A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, informou nesta quarta-feira (17) que interrompeu, no Brasil, o acesso a recursos de inteligência artificial (IA) generativa em suas redes sociais. Entre as soluções suspensas está o criador de figurinhas do WhatsApp.
O jornal O Globo informa que a decisão acontece depois de a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANDP) suspender a nova política de privacidade da empresa, que permitia usar informações de usuários para treinar sistemas de IA.
Ao GLOBO, a empresa informou que decidiu “suspender ferramentas de genAI (termo, em inglês, para IA generativa) que estavam ativas no Brasil”, enquanto trabalha com a ANPD “para endereçar suas perguntas sobre IA generativa”.
A Meta planejava para este mês o lançamento, no mercado brasileiro, da IA da Meta, um pacote de recursos, já disponível em alguns países, que inclui robôs de inteligência artificial generativa no WhatsApp, Facebook e Instagram.
O anúncio sobre a disponibilidade do novo sistema para o Brasil, em português, foi feito por Mark Zuckeberg, CEO da Meta, no início de junho.
Além da IA da Meta, a empresa vinha disponibilizando para parte dos usuários brasileiros um recurso de criação de figurinhas usando IA generativa.
A ferramenta permitia a geração dos stickers pelo próprio WhatsApp e Instagram, com base em comandos de texto. As imagens, depois, podiam ser compartilhadas nas conversas.
A decisão de suspender os recursos de IA no Brasil foi similar a postura adotada na União Europeia. Depois autoridades de dados do bloco europeu questionarem a nova política de privacidade da empresa, a companhia anunciou que iria adiar o lançamento do chatbot Meta AI na região.
No mercado europeu, diferentemente do que aconteceu no Brasil, a empresa informou os usuários que iria promover a mudança nos termos da plataforma e que as publicações seriam usadas para alimentar seus modelos de inteligência artificial. No Brasil, o aviso não aconteceu.
A ANPD, em 2 de julho, proibiu a big tech de usar as informações de usuários para alimentar suas IAs. Segundo a autarquia, faltou transparência da empresa ao mudar seus termos de privacidade.
A Meta também teria dificultado o trâmite para os usuários se oporem ao uso de suas informações e infringido a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Na ocasião, a empresa disse, em nota, estar “desapontada” com a decisão da ANPD, que definiu como um “retrocesso”, que atrasaria a chegada “de benefícios da IA para as pessoas no Brasil”.
Na semana passada, a empresa apresentou um pedido de reconsideração da decisão, que foi negado pela ANPD. A autarquia, no entanto, concedeu um prazo adicional para que a Meta apresentasse a documentação necessária que comprove a interrupção da coleta de dados para as IAs.
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