Quase um quarto (24%), ou 19 milhões, das adolescentes em um relacionamento teriam passado por violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo até completarem 20 anos
Foto: Reprodução/Twitter
Um dado alarmante publicado pela Revista científica Lancet Child & Adolescent Health chama atenção para as violências praticadas contra adolescentes e jovens adultas em todo mundo. Quase um quarto (24%), ou 19 milhões, das adolescentes em um relacionamento teriam passado por violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo até completarem 20 anos. Quase uma em cada seis (16%) experimentaram essas violências no último ano.
A pesquisa utilizou estimativas globais, regionais e nacionais de 2000 a 2018 publicadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e estimou a prevalência no último ano e ao longo da vida de violência sexual, física ou ambas por parte do parceiro íntimo contra meninas de 15 a 19 anos em 161 países. Esse é o primeiro estudo a fazer essa comparação globalmente.
A prevalência variou muito entre países e regiões, ao longo da vida variando de 3% na Geórgia, no Leste Europeu, a 49% em Papua Nova Guiné, na Oceania. No Brasil, a prevalência média de violência variou entre 15 a 19% ao longo da vida, e 10 a 14% no último ano.
No geral, a prevalência foi maior em países e regiões de baixa renda e renda média baixa, em lugares onde há menos meninas no ensino secundário e onde as meninas têm direitos de propriedade legal e herança mais fracos em comparação com os homens.
A análise aponta ainda que o casamento infantil (abaixo dos 18 anos) aumenta significativamente os riscos, uma vez que as diferenças de idade entre os cônjuges criam desequilíbrios de poder, dependência econômica e isolamento social— todos os quais aumentam a probabilidade de abuso duradouro.
“A violência por parte de parceiros íntimos está começando de forma alarmante cedo para milhões de jovens mulheres ao redor do mundo. Dado que a violência durante esses anos formativos críticos pode causar danos profundos e duradouros, ela precisa ser levada mais a sério como uma questão de saúde pública, com foco na prevenção e apoio direcionado”, diz Pascale Allotey, diretora do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS.
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