Foto: Reprodução / Editora Melhoramentos
O livro infantil “O Menino Marrom”, obra de Ziraldo publicada originalmente em 1986, foi retirado temporariamente das escolas municipais de Conselheiro Lafaiete (MG) por reclamações dos pais sobre o conteúdo da publicação. Via BN
A trama, que envolve a amizade entre dois meninos, o Menino Marrom, que é negro, e o Menino Rosa, que é branco. No livro, a oposição das cores, especialmente branco e preto, é utilizada como metáfora para falar sobre a diversidade étnica e amizade.
A principal crítica diz respeito a um trecho que fala sobre um pacto de sangue entre os amigos, que não acontece. Na cena em questão, os meninos tentam “selar a amizade” para sempre e sugerem um pacto de sangue, no entanto, eles acabam molhando os dedos com tinta para simbolizar a união.
O segundo trecho criticado por “incitar a violência” ocorre quando o Menino Marrom diz que quer que uma senhora seja atropelada. O livro detalha que após se oferecer para ajudar a idosa a chegar na igreja, ela o repreende e lhe dá um tapa na mão, antes de seguir caminho sozinha.
Nas redes sociais, alguns pais consideraram esses dois trechos como sendo "agressivos". Segundo o Splash Notícias, a suspensão dividiu opiniões. "Que tal um aulão de interpretação de texto pros pais?? Quem sabe evita uma aberração como essa em pleno 2024! Sinceramente.. mas o TikTok tá liberado hein galera!!!", disse um dos comentários contrários à medida.
"Apesar de, na história, o pacto não ser concluído, a ideia do pacto de sangue já foi embutida na cabeça do pequeno leitor. Você gostaria que seu filho tivesse acesso a esta obra?", questionou uma usuária no X, antigo Twitter.
Prefeitura de Conselheiro Lafaiete disse lamentar que “tenham havido interpretações dúbias” acerca do livro. Em nota, a gestão municipal informou se tratar de “uma das principais obras infantis a abordar os temas sociais, [já que] aborda de forma sensível e poética temas como diversidade racial, preconceito e amizade”.
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