Por Folhapress
Foto: Flickr / Governo do RS
As enchentes provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul já atingem mais de 2,5 milhões de pessoas, segundo nota técnica do Observatório do Clima e Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O relatório aponta que, em todo o estado, o desastre climático atingiu também mais de 3.000 instalações de saúde como clínicas, farmácias e hospitais e deixou 1,3 milhão de moradias em zona de risco.
Os dados da instituição foram divulgados na última terça-feira (21).
Dentre os mais vulneráveis em contato direto com as inundações, de acordo com o documento, estão 240 favelas, 40 comunidades quilombolas e cinco aldeias indigenas.
Para a realização do estudo, os pesquisadores da Fiocruz fizeram um panorama a partir de dados disponibilizados por órgãos como CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), Funai, Fundação Palmares, INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e IBGE.
Foram analisados, ao todo, consultórios, clínicas, farmácias, centros de saúde especializados e unidades móveis de nível pré-hospitalar das regiões afetadas.
Na nota, Diego Xavier, pesquisador do Observatório de Clima e Saúde, explica que o levantamento é uma tentativa de diagnóstico dos primeiros impactos na saúde no estado. "Precisamos entender qual é o nível de desassistência da população e como ficou a estrutura de atendimentos de saúde", diz, alertando também para o cuidado com portadores de doenças crônicas.
A Fiocruz diz que a instituição está buscando formas de apoiar as ações do Centro de Operações de Emergência, do Ministério da Saúde, no Rio Grande do Sul.
Até o momento, foram contabilizadas 161 mortes em todo o estado em decorrência das tempestades e, segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 86 pessoas seguem desaparecidas e outras 806 estão feridas. No total, 467 municípios foram afetados.
O estado contabiliza ainda duas mortes por leptospirose, uma de um homem de 67 anos morador de Travesseiro, a cerca de 150 quilômetros da capital gaúcha. O segundo óbito foi confirmado nesta terça-feira (22). Trata-se de um homem de 33 anos que era morador de Venâncio Aires, localizada a 144 km de Porto Alegre.
São comuns casos de leptospirose por conta de inundações. A doença é transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais (como ratos) infectados.
Na última terça-feira (21), o Ministério da Saúde anunciou que a pasta destinará mais de R$ 202 milhões para a ampliação da assistência em saúde no Rio Grande do Sul.
Até o momento, a pasta já destinou mais de R$ 1,7 bilhão ao Rio Grande do Sul. Desse valor, R$ 135,9 milhões é destinado para reconstrução da rede de saúde local e pretende beneficiar 33 municípios.
Para a compra de insumos e medicamentos a pasta diz ter destinado R$ 66,3 milhões ao estado.
Os esforços destinados ao Rio Grande do Sul fazem parte da Força Nacional do SUS, frente de atuação em emergência criada em 2011 após os deslizamentos do Rio de Janeiro.
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