Nos feriados, o consumo das famílias tende a ficar mais concentrado no setor de serviços, afirma o economista, Sergio Vale
Foto: USP Imagens/Fotos Públicas
Ao contrário do crescimento estimado pelo presidente Lula, a redução do número de feriados em dias úteis em 2024 deve ter um efeito irrelevante sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no próximo ano, dizem economistas.
Nos feriados, o consumo das famílias tende a ficar mais concentrado no setor de serviços, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. Isso, diz, gera uma espécie de compensação do impacto econômico causado pela paralisação de indústrias e lojas.
“Esse é um ponto irrelevante porque você tem alguns feriados que vão continuar durante a semana e outros no final de semana. Para o PIB, a diferença vai ser muito pequena”, afirma Vale. “No feriado, você não está produzindo na indústria, mas está fazendo mais turismo, está indo para o restaurante. É uma troca de bens por serviços, talvez. O efeito para a economia como um todo é irrisório”, acrescenta.
De acordo com Vale, o PIB brasileiro deve perder fôlego em 2024 devido a dois fatores principais: a desaceleração da agropecuária após o bom desempenho neste ano e o reflexo dos juros em um patamar ainda elevado.
A MB projeta alta de 3% para a economia em 2023 e de 2% em 2024. Na opinião de Vale, o PIB poderia ter um crescimento mais acentuado no próximo ano se Lula reforçasse o discurso de responsabilidade fiscal.
O assunto ficou em evidência após uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (10). Em reunião com ministros, o mandatário disse que 2023 “teve muito feriado prolongado” e que a quantidade menor em 2024 resultará em um leve aumento do PIB.
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