O livro lido por ele é uma carta que Kafka nunca mandou para o pai sobre a relação conflituosa de ambos
Foto: Alex Silva/AE
Por ter trabalhado na cadeia e feito uma resenha de “Carta ao Pai”, obra póstuma de Franz Kafka (1883-1924), a Justiça paulista concedeu a Alexandre Nardoni 96 dias de redução na pena. Ele é condenado a 31 anos e um mês de prisão, em regime inicial fechado, por matar a própria filha, Isabella Nardoni, 5, em 2008.
A diminuição da pena é referente aos 277 dias trabalhados e pela leitura do livro “Carta ao Pai”, de Franz Kafka. Os dias trabalhados renderam a diminuição de 92 dias e a leitura do livro em unidade prisional 4 dias. No total, a pena de 30 anos teve a redução de 96 dias.
Em maio de 2023, Nardoni participou do programa de incentivo à leitura, da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que é uma das formas pelas quais os presos condenados podem tentar reduzir suas penas. Pela leitura, Nardoni solicitou à Justiça que quatro dias fossem descontados da sua pena. A juíza Marcia Beringhs Domingues de Castro, da 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) quem aprovou a remição.
O livro lido por ele é uma carta que Kafka nunca mandou para o pai, mostra o sentimento de inferioridade do escritor em relação ao destinatário e a relação conflituosa entre ambos. “Essa história escrita é o que acontece com diversas famílias no tempo de hoje. As famílias têm os mesmos problemas dentro dos seus lares, faltando diálogo”, escreveu Nardoni, ao analisar a obra, em relatório de leitura.
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