A quebra do sigilo bancário de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janerio (ALMG), aponta que o ex-policial militar depositou 21 cheques, no valor total de R$ 72 mil, nas contas da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os valores são maiores dos que os apontados pelo presidente Jair Bolsonaro ao justificar uma transferência que já havia se tornado pública. As informações são da revista "Crusoé".
De acordo com a publicação, a análise da quebra de sigilo aponta que os repasses começaram ainda em 2011 e se estenderam até 2018. Isso colocaria em xeque a versão de Bolsonaro de que os valores seriam para pagar um empréstimo de R$ 40 mil feito para Queiroz.A quebra do sigilo aponta que, em 2011, Michelle Bolsonaro recebeu três cheques de R$ 3.000 de Fabrício Queiroz. No ano seguinte, foram mais seis cheques de R$ 3.000. As movimentações foram retomadas em 2016, quando foram registrados nove depósitos que, somados, alcançaram R$ 36 mil. Foram feitos um depósito em abril, dois em maio, um em junho, um em julho, dois em setembro, um em novembro e outro em dezembro.
Chama a atenção também que, no período, Queiroz não registrou a entrada de nenhum cheque ou depósito de Jair Bolsonaro. Nem mesmo os R$ 40 mil que o presidente alega ter emprestado para o amigo de longa data. Isso não significa que o repasse não possa ter se dado em dinheiro vivo. Ex-PM e ex-assessor parlamentar, Queiroz movimentou, entre 2007 e 2018, um total de R$ 6,2 milhões, valor que, para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) é incompatível de seus rendimentos.
Desse dinheiro, apenas R$ 1,6 milhão são identificados como rendimentos efetivos do salário de PM e da Alerj. Outros R$ 2 milhões chegaram à conta do ex-assessor por meio de 483 depósitos fdeitos por assessores de Flávio Bolsonaro. Por fim, R$ 900 mil foram repassados em dinheiro sem a identificação do depositante.
O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o caso. Desde o início das apurações, o presidente Jair Bolsonaro tem negado qualquer relação com eventuais irregularidades cometidas no gabinete de Flávio Bolsonaro e enfatizado que os recursos para Michelle eram parte do pagamento de um empréstimo a Fabrício Queiroz.
Já Flávio Bolsonaro afirmou recentemente em entrevista ao jornal "O Globo" que só ficou sabendo em 2018 que o ex-assessor pegava parte do salário dos funcionários para, segundo versão do próprio Queiroz, recontratar pessoas para o trabalho de rua do gabinete. Disse, porém, que não teve participação no episódio e que reprova a atitude. A defesa do ex-assessor também tem negado qualquer irregularidade. (O Tempo)
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