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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

África está livre da pólio, declara Organização Mundial da Saúde

Criança sendo vacinada - Foto: OPAS
A pólio, poliomielite, ou paralisia infantil – como é conhecida popularmente – está erradicada na África. A notícia boa foi declarada nesta terça, 25, pela OMS, Organização Mundial da Saúde. https://www.sonoticiaboa.com.br

É um marco histórico na luta contra a doença, que foi alcançado quatro anos depois dos últimos casos no nordeste da Nigéria.

A batalha pela erradicação da pólio no mundo começou há 30 anos e está a caminho de atingir esse objetivo. Restam apenas dois países com casos no mundo: Afeganistão e Paquistão.

Quando eles estiverem livres, será a segunda doença humana erradicada no mundo, depois da varíola, em 1979.

Como
Para erradicar a pólio na África, houve uma combinação de esforços públicos e privados e campanhas de vacinação em massa, muitas vezes em áreas de alto risco devido à presença de grupos terroristas.

A doença afetou milhões de crianças africanas nas últimas décadas. Em 1988, havia 350.000 casos no mundo. Em 2013 ocorreram 416 contágios.

O último país africano a sofrer com a pólio selvagem, ou seja, que ocorre por transmissão comunitária, foi a Nigéria, que tinha seis casos em 2014.

Desde agosto de 2016 o país não registra novos casos.

“Graças aos esforços dos Governos, do pessoal de saúde e das comunidades, mais de 1,8 milhão de crianças foram salvas”, disse a OMS em um comunicado.

A pólio
A doença afeta principalmente os menores de cinco anos, porque o vírus se aproveita da debilidade de seu sistema imunológico. O contágio ocorre de pessoa para pessoa, principalmente pelas fezes, e está estreitamente relacionado às más condições de higiene e à falta de saneamento básico.

O vírus ataca a medula espinhal e provoca paralisia parcial irreversível, principalmente nas extremidades inferiores.

“É uma vitória formidável, um alívio”, disse à France Presse o médico Tunjui Funshuo, membro do comitê do Rotary International para combate à poliomielite na Nigéria.

“Lançamos este desafio há mais de 30 anos, dizer que estou feliz é um eufemismo!”.

A iniciativa para a erradicação da pólio custou cerca de 19 bilhões de dólares (106 bilhões de reais) em três décadas e continuará até que a doença seja erradicada no mundo inteiro.

Contrários
Líderes religiosos e sociais das comunidades desses países e do norte da Nigéria chegaram a afirmar que a imunização era parte de um plano global de esterilização dos muçulmanos, o que fez com que muitas famílias escondessem seus filhos para evitar que fossem vacinados.

Os voluntários e agentes sociais que percorreram as aldeias tiveram de enfrentar também a violência dos grupos extremistas.

O início da revolta do Boko Haram, em 2009, foi difícil combater a pólio porque muitas crianças ficaram totalmente sem acesso à vacinação.

Pelo menos 20 enfermeiros e agentes de saúde morreram vítimas da violência radical nos últimos anos, precisamente em Borno (no nordeste da Nigéria), epicentro da violência jihadista, onde se registraram os últimos casos de pólio selvagem em 2016.  Com informações do ElPaís

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