por Lula Bonfim**BN*Foto: Divulgação
Um idoso de 80 anos de idade faleceu na noite do último sábado (4) na Santa Casa de Misericórdia de Valença, em decorrência da Covid-19, e foi enterrado por sua família com o caixão aberto neste domingo (5). Segundo os familiares, eles não foram informados pelo hospital nem pela prefeitura acerca da contaminação pelo novo coronavírus.
A denúncia foi feita por Larissa, sobrinha do senhor de 80 anos, através de um vídeo compartilhado através das redes sociais nesta segunda-feira (6). “O laudo médico dele dizia que o falecimento foi por conta de pneumonia. Fui para o hospital, fiz todos os procedimentos para o sepultamento, fizemos no domingo, ontem. O caixão estava aberto e o velório durou mais ou menos uns 40 minutos”, contou.
Larissa conta que descobriu a contaminação do seu tio pelo novo coronavírus através de uma publicação nas redes sociais da prefeitura. “Entrei no meu Instagram e recebi a notícia do boletim epidemiológico, que estava lá publicado. E nas informações dizia que havia tido um óbito de um homem de 80 anos que estava internado no hospital, por conta de Covid”, relatou.
“Tomei como surpresa, porque ninguém da família sabia. Todas as características batiam com as de meu tio e fui procurar entrar em contato. Falei com eles pelo WhatsApp, falei com eles pelo Instagram e eles me disseram que não poderiam dizer o nome por conta de ética profissional”, disse Larissa.
A sobrinha do idoso reclamou ainda do atendimento que recebeu da assistente social da Santa Casa de Valença. “Me passou informações vazias, me atendeu na recepção do hospital. Perguntei para ela se não podia me levar para uma sala, para a gente conversar. Ela disse que não ia ficar subindo e descendo as escadas. Me pediu que eu fosse para um posto de saúde aqui da cidade, para que eu fosse pegar o resultado do exame dele. Ela tinha o resultado do exame, podia ter me dado uma cópia”, afirmou.
No Centro de Atendimento Covid-19 de Valença, Larissa teve acesso ao exame de seu tio, com resultado positivo para a contaminação pelo novo coronavírus. “Comecei a passar para a minha família e ficou todo mundo desesperado, porque a gente não sabia. Em momento nenhum comunicaram para a gente que ele era suspeita de Covid. O caixão estava aberto e a gente teve contato”, contou.
Segundo Larissa, cinco pessoas, “no máximo”, participaram do velório. Ela, que é moradora de Salvador, está em Valença desde o início da pandemia, para cuidar de sua mãe, que é portadora de hipertensão, uma das comorbidades mais associadas às mortes por Covid-19 no estado.
“Um caso desse é de responsabilidade do hospital e responsabilidade do município, em que a gente foi exposto ao vírus dessa forma. Eu estou até agora sem acreditar no que aconteceu”, lamentou Larissa, que afirmou estar em quarentena por sete dias, sob monitoramento da equipe de saúde do município.
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