Foto: Reprodução / Twitter / Mohamad Safa
Após escalar as paredes de um hospital palestino em Hebron, na Cisjordânia, para visitar a mãe - que estava internada por causa da Covid-19 e veio a óbito (lembe aqui) - Jihad Al-Suwaiti pediu às pessoas que se cuidassem, para não sentirem a mesma dor que ele sente.
Segundo o G1, o homem de 30 anos falou em entrevista à emissora Palestine TV. "Nunca imaginei viver essa situação, perder minha mãe assim. Não desejo isso para ninguém. Senti que o mundo se fechou à minha frente", lamentou Jihad.
A mãe dele, Rasmi, foi internada no início de julho com sintomas da doença, e já era paciente de câncer. Por conta das medidas de prevenção, Jihad não podia entrar no local para visitá-la, e a solução que encontrou foi escalar a parede do hospital até a janela do quarto que sua mãe estava. E ele fez isso todos os dias até 16 de julho, data em que sua mãe veio a óbito.
"Como cheguei lá? Sinceramente, não sei. Se eu tivesse a possibilidade, daria minha vida, minha alma para que ela ficasse viva por mais um tempo. Cuidem dos velhos para não sentir a amargura que senti", disse o homem, emocionado.
De acordo com o último levantamento divulgado, o número de casos do novo coronavírus na palestina, abrangendo a Cisjordânia e a Faixa de Gasa, passava de 9 mil nesta quarta-feira (22), com 66 mortes contabilizadas.
Ao G1, o embaixador do Estado da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, demonstrou preocupação com uma segunda onda de contágio na região. "Essa segunda volta do vírus tem sido mais dramática, temos mais de 60 mortos. E fomos obrigados a tomar medidas mais difíceis neste verão", afirma.
Israel e Palestina, em meados de julho, concordaram em cooperar para não haver piora da pandemia, de acordo com a Organização das Nações Unidas. No entanto, a ONU alertou, em nota divulgada nesta terça-feira (21), que essa cooperação está diminuindo.
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