Desde que começou a pandemia de Covid-19, a limpeza da casa, de roupas e de alimentos virou uma obsessão para os brasileiros. A ânsia por atender a essa busca crescente por produtos que possam exterminar o novo coronavírus já virou motivo de disputa entre empresas e entrou no radar da Justiça, com direito a cancelamento de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e abertura de processo pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
A Anvisa já realizou 77 cancelamentos de produtos de limpeza neste ano. Segundo o órgão regulador, os casos envolvem produtos que afirmam ter uma ação desinfetante, mas não contam com o registro obrigatório para este fim.
A Senacon informou que expediu, na sexta-feira, uma notificação a Unilever para prestar esclarecimentos sob alegação similar feita na embalagem do sabão em pó Brilhante. Essa denúncia, por sua vez, foi feita pela Tixan Ypê.
A polêmica acendeu um sinal de alerta para consumidores como a aposentada Claudia Soares, de 65 anos:
— O sabão em pó dizia que era sanitizante e falava em combate a germes e bactérias. Mas combate como? Mata tudo? As informações precisam ser mais claras. Eu uso mesmo é água sanitária.
Juliana Domingues, diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Senacon, diz que, na pandemia, os consumidores estão em situação de hipervulnerabilidade:
— A preocupação é protegê-los de propagandas que possam ser enganosas. Por isso, estamos pedindo esclarecimentos de associações de representantes de supermercados, indústria e da própria Anvisa, para nos munirmos de informações para análise dos casos. Mais em https://blogdovalente.com.br/saude
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