O governo federal declarou estado de emergência fitossanitária em áreas produtoras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina pelo risco de surto da praga Schistocerca cancellata, espécie de gafanhotos que avança, em nuvem, pela Argentina e se aproxima do território brasileiro.
A medida foi publicada na Portaria Nº 201/2020, que circula no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (25). O ato é assinado pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
O texto prevê a implementação de um plano de supressão da praga e adoção de medidas emergenciais nos dois estados. As diretrizes e ações para conter o avanço da nuvem de gafanhotos serão indicadas em ato do ministério, ainda a ser publicado.
A vigência do estado de emergência fitossanitária está prevista para durar um ano, a contar desta quinta-feira, data de publicação da portaria.
Chegada ao Brasil ‘pouco provável’
Apesar de determinar ações para um plano de emergência, horas antes da publicação da portaria o Ministério da Agricultura se manifestou para tranquilizar produtores da região.
Em nota, a pasta disse ter sida informado pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) que a nuvem de gafanhotos, em movimento dentro do território argentino, está se deslocando ao sul daquele país, em direção ao Uruguai, conforme a previsão inicial.
“De acordo com os dados meteorológicos para a região Sul do Brasil, previstos para os próximos dias, é pouco provável – até o presente momento – que a nuvem avance em território brasileiro”, afirmou o ministério.
Segundo o ministério, o grupo de trabalho do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) permanece mobilizado, assim como as equipes técnicas das Superintendências Federais de Agricultura e dos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como as unidades de vigilância agropecuária do Ministério localizadas na fronteira com o Rio Grande do Sul.
“Com base neste cenário, estão sendo trabalhadas estratégias passíveis de adoção para um eventual surto da praga no Brasil, caso ocorram alterações climáticas favoráveis ao deslocamento da nuvem de gafanhotos para o nosso país. O deslocamento da nuvem de gafanhotos pode ser acompanhado por meio de mapas atualizados pelas autoridades argentinas”.
Praga destruidora de plantações
A possibilidade da chegada desses insetos preocupa principalmente os agricultores, já que os gafanhotos são conhecidos por destruírem plantações. Os gafanhotos da nuvem em questão são da espécie Schistocerca cancellata e o fenômeno não é novo. Esta praga existe no Brasil desde o século 19 e causou grandes perdas a lavouras de arroz e feijão no sul do país nos anos 1930 e 1940.
Na segunda-feira, a nuvem de gafanhotos invadiu a região norte da cidade de Santa Fé, na Argentina. Horas depois, os insetos avançaram na área de Perugorria, na província de Corrientes, que faz fronteira com o Rio Grande do Sul. *CNN
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