Dois estudos publicados nesta segunda-feira, 8, concluíram que bloqueios nacionais impostos ao redor do mundo para conter a propagação do coronavírus salvaram milhões de vidas e suspendê-los pode ser arriscado. Foto: Pilar Olivares/Reuters
De acordo com o estudo da Imperial College London, 3,1 milhões de mortes foram evitadas com as restrições, enquanto uma pesquisa da Universidade da Califórnia estima que mais de 530 milhões de casos foram evitados ou atrasados. “O risco de uma segunda onda da pandemia, se todas as intervenções e todas as precauções forem abandonadas, é muito real”, disse Samir Bhatt, um dos pesquisadores do Imperial College London. À medida que caiu a quantidade diária de novos casos da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, a Europa começou a diminuir restrições para reduzir o impacto econômico de seus bloqueios.
Também nos Estados Unidos todas as unidades federativas já iniciaram os processos de “desconfinamento”. O estudo da universidade britânica, publicado na conceituada revista científica Nature, analisou o impacto dos diversos graus de distanciamento social em 11 países europeus e descobriu que eles tiveram “um efeito substancial” na diminuição do valor R, a taxa de contágio.
Diversas nações que impuseram bloqueios conseguiram manter o valor abaixo de um no início de maio. O valor R calcula a média de pessoas para quem uma pessoa infectada transmitirá a doença. Um valor de R acima de 1 pode levar a um crescimento exponencial. “Qualquer afirmação de que tudo isso acabou, de que atingimos o limiar de imunidade do rebanho, pode ser firmemente rejeitada”, disse Bhatt. “Estamos apenas no começo desta pandemia”.
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