Além dessa quantidade do medicamento em estoque, há um milhão de comprimidos que já foram direcionados ao Ministério da Saúde.
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
O Ministério da Defesa confirmou a existência de 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina em estoque no Laboratório do Exército. O índice representa cerca de 18 vezes a produção anual do medicamento nos anos anteriores. Normalmente, a cloroquina é usada para combater a malária. Em meio à pandemia de coronavírus, o medicamento chegou a ser avaliado como possível substância eficaz no tratamento da Covid-19. No entanto, a eficácia não foi comprovada por estudos médicos.
Além dessa quantia do medicamento em estoque, há um milhão de comprimidos que já foram direcionados ao Ministério da Saúde. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que não há previsão produzir mais desse remédio. “O laboratório químico produz cloroquina não por causa da Covid-19. Tem uma produção por causa da malária há muito tempo”, afirmou Azevedo e Silva.
Nesta semana, o Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu uma investigação do gasto de R$ 1,5 milhão pelo Ministério da Defesa para ampliar a produção do medicamento. De acordo com o subprocurador-geral, Lucas Furtado, é necessário apurar a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro na determinação de que se aumentasse a produção do medicamento, sem que houvesse evidências científicas comprovando sua eficácia no tratamento da Covid-19. A defesa do uso da medicação para pacientes com coronavírus foi criticada por cientistas do Brasil e do mundo. A Organização Mundial de Saúde preconiza o uso do remédio nesses casos apenas em estudos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário