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sexta-feira, 8 de maio de 2020

Dois estados acham coronavírus no esgoto, e fezes viram pistas para estudos

O novo coronavírus já está presente nos esgotos de ao menos dois estados no país, e esse achado ajudará pesquisadores a entender o tamanho da pandemia, uma vez que os dados oficiais são subnotificados, e o governo não sabe com precisão onde a covid-19 tem maior ou menor presença. 

Pesquisa da ANA (Agência Nacional de Águas) em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e com a Secretaria de Saúde do Estado de Minas detectou a presença do causador da covid-19 nas bacias do Ribeirão Arrudas e no Ribeirão da Onça, que atravessam as cidades de Belo Horizonte e Contagem.

O estudo corrobora outro resultado neste sentido revelado no final de abril, quando a Fiocruz anunciou ter encontrado o vírus em esgotos de Niterói, no Rio de Janeiro. Além de poder mostrar onde o vírus está presente, as pesquisas auxiliarão o país a entender a dimensão da pandemia e da transmissão.

“(…) a expectativa é que este [estudo] também possa contribuir, de forma indireta, para se estimar o número de pessoas infectadas em cada uma das regiões estudadas. Esse componente do estudo é mais desafiador, uma vez que depende da determinação da carga viral contida no esgoto e também da carga viral média de uma pessoa portadora do vírus”, escrevem os pesquisadores do estudo da ANA, que deve durar dez meses.

As cargas virais — quantidade da covid-19 dentro de um determinado organismo — citadas no estudo ainda são incógnitas para os cientistas que pesquisam o coronavírus. Caso o estudo seja bem sucedido, ele poderá:
na detecção antecipada da ocorrência do vírus em uma determinada região da cidade, o que poderá, eventualmente, servir de alerta para ações emergenciais
no acompanhamento da efetividade das ações para barrar a expansão da doença.

“Um grande número de pessoas vai ser assintomático, e elas eliminam o vírus pelas fezes. O vírus se acopla bem às células intestinais e vai sendo eliminado. Analisando o esgoto, você consegue saber onde o vírus está mais presente e onde não está. Dá para saber o que vai acontecer, pode funcionar como uma vigilância ambiental, um bom biomarcador do vírus. Em suma, esses estudos podem avaliar o tamanho da pandemia”, diz o diretor do Instituto Oswaldo Cruz, órgão responsável pelo estudo em Niterói, o pesquisador José Paulo Gagliardi Leite. Leia mais em https://blogdovalente.com.br/noticias/brasil

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