O Governo Federal passou a prever oficialmente a recessão econômica no Brasil, cenário já dado e claro no dia a dia do país desde que a pandemia causada pelo coronavírus atingiu em cheio o Brasil. Segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira, 13, pelo Ministério da Economia, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá recuar 4,70% neste ano.
A previsão anterior, feita em março, já durante a epidemia, era que o PIB ficasse estável, com variação positiva de 0,02% no ano. Porém, a escalada de casos e a extensão de medidas de distanciamento social para conter a pandemia faz com que a demanda seja menor, afundando o desenvolvimento da economia brasileira no ano e também tendo impactos ao longo prazo, algo enfatizado pela equipe econômica durante a apresentação dos dados e o principal argumento do presidente Jair Bolsonaro para o fim de medidas de distanciamento social tomadas por estados e municípios.
Para 2021, a equipe econômica projeta crescimento de 3,20%, 0,10 ponto porcentual a menos que na estimativa feita em março. O patamar pré-crise seria atingido apenas em 2022. A projeção leva em conta a quarentena até o fim de maio. Caso o distanciamento social continue em boa parte do país, a queda na economia pode ser ainda maior.
De acordo com o subsecretário de Política Econômica, Vladimir Teles, a cada duas semanas a mais de paralisação na maior parte do país, o efeito na queda do PIB é de 0,7%. Caso a quarentena se estenda até o fim de junho, o impacto na economia pode ser de queda de mais de 6% no Produto Interno Bruto.
O corte significativo na previsão de crescimento, levando em consideração o fim da quarentena em maio, vem em linha com as estimativas que bancos e analistas de mercado. A agência de risco S&P prevê recuo de 4,61%, já Banco Mundial e FMI preveem queda das de 5% e 5,3%, respectivamente. No início da semana, o mercado financeiro brasileiro estimava recuo de 4,11%.
A equipe econômica analisa que haverá queda do PIB no 1º e 2º trimestre, com volta de crescimento no 3º trimestre deste ano. Segundo o Ministério da Economia, quanto maior for o tempo da quarentena, que fecha comércios, serviços e outras atividades não essenciais, maior será o tombo no PIB e os efeitos em 2021.
De acordo com a pasta, considerando o cenário de retomada cíclica até o segundo trimestre de 2021 (com fim da quarentena em maio e reabertura gradual das atividades), o PIB terá impacto semanal de 5 bilhões de reais no segundo semestre e 7,5 bilhões de reais em 2021.
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