Foto: Rafael Felicciano / Metrópoles
A reunião citada pelo ex-ministro Sergio Moro no processo que apura a suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal (PF) tem outros registros que podem gerar problema para o governo. Em um dos momentos, o presidente reclama com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública sobre uma nota de pesar divulgada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No comunicado em questão, a PRF lamentou a morte de um funcionário em decorrência do novo coronavírus. Mas isso não teria agradado Bolsonaro, que, de acordo com relatos de quem estava no local, julgou que a corporação deveria ter relacionado à causa da morte a "comorbidades". A todo o tempo, o presidente minimiza a gravidade da Covid-19, mesmo que o vírus já tenha provocado a morte de pelo menos 10.627 pessoas em território nacional.
Essa reclamação foi revelada pela coluna de Bega Megale, no jornal O Globo. Mas, até o momento, o vídeo com registros da reunião de 22 de abril está sob sigilo. O Palácio do Planalto pediu para o ministro Celso de Mello, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), manter o conteúdo desta forma, mas o magistrado ainda não deliberou sobre o assunto. Por enquanto, ele levantou o sigilo do encontro apenas para Moro, seus advogados, a delegada à frente do caso e a Procuradoria-Geral da República.
Ainda assim, a coluna também apurou que outro ponto que preocupa o governo são as falas do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. No encontro, ele teria culpado a China pela pandemia e chamado a Covid-19 de "comunavírus". Além disso, a imprensa tem repercutido que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, proferiu ofensas a ministros da Corte Suprema na ocasião.
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