Foto: Reprodução / Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (6), durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que a instituição está preparando um projeto para baixar os juros cobrados no cheque especial.
"Temos um projeto que vai sair em breve para redesenhar isso", declarou ele, sem dar mais detalhes sobre o assunto de acordo com o G1.
Segundo dados do BC, em setembro, os juros bancários médios cobrados no cheque especial e no cartão de crédito rotativo registraram elevação, permanecendo acima da marca de 300% ao ano.
De acordo com o presidente do BC, toda vez que o banco disponibiliza um limite do cheque especial, há um "custo de capital" cobrado.
"Se a pessoa não usa, o banco paga por aquilo. Se a pessoa tem um limite muito alto e nunca usa, tem que cobrar nos juros [de todos os clientes], pois não pode cobrar na tarifa. Quem tem um limite alto e nunca usa [o cheque especial], esse benefício está sendo custeado por quem tem um limite baixo e usa muito", declarou Campos Neto.
Segundo Roberto Campos Neto, as linhas de crédito classificadas como "emergenciais", entre elas o cheque especial e o cartão de crédito rotativo (cujos limites estão disponíveis para os clientes bancários de antemão), são muito "regressivas" – ou seja, penalizam os mais pobres.
"Quem usa [o limite do cheque especial], 44% ganha até dois salários mínimos e 67% tem até ensino médio. Estamos falando de um grupo de pessoas que tem menos educação financeira e menos recursos", declarou. No que se refere ao endividamento, disse ele, 21% dos mais endividados ganham até dois salários mínimos.
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